A SALVAÇÃO

 

       Introdução.

 

       Salvação significa ato ou efeito de salvar. Salvar é por a salvo; livrar da morte; tirar de perigo; preservar de dano, destruição, perda, ruína etc.

       No contexto Bíblico, "Salvação" é um termo inclusivo e de grande abragência. O termo inclui tanto o perdão do pecado passado, assim como a libertação do poder do pecado presente, e a preservação contra as invasões do pecado no futuro. Há a salvação do espírito na regeneração, da alma na santificação e do corpo na glorificação. Nesta linha a salvação é tanto uma perspectiva futura como um usufruto presente Tt 2.11-13.

I. A PROVISÃO DA SALVAÇÃO

       Abíblia diz que Cristo é tando o autor como o consumador da fé Hb 12.2. A designação de autor refere-se à provisão da salvação mediante Jesus Cristo; e consumador refere-se à aplicação desta mesma salvação também mediante Cristo. Através da sua vida imaculada e da sua morte expiatória, Cristo providenciou a salvação, e à medida em que ela é aplicada individualmente a cada pessoa que aceita, é Cristo que está completando a sua obra, prosseguindo até o momento da glorificação final dos salvos.

1.1.  O Pecado do Homem

       A nossa compreensão a respeito da salvação deve começar pela compreensão de que é que necessita  da salvação e por que necessita dela. De acordo com as Escrituras, o homem é um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino Ef 2.1-3.  Deste modo, por si só, o homem não pode se salvar Rm 7.18.  Sob a perspectiva  divina, o homem é considerado espiritualmente paralítico, aguardando o estender do braço salvador do Senhor, o único capaz de levantar o pecador do seu estado de miséria espiritual Is 59.16.

       A raiz do problema espiritual do homem é inerente à sua própria natureza caída. Do nascimento à morte o homem está em inimizade e conflito com Deus Sl 51.7; Jr 17.9; Rm 7.18.

       Não há homem algum que consiga a salvação por seus próprios méritos, uma vez que todos são achados culpados diante de Deus Ec 7.20. O Apóstolo Paulo pontifica que não há justo, nem sequer um Rm 3.10. Muitos se imaginam justos, mais justos que os outros, e deste modo ficam satisfeitos com o conceito de justiça que fazem de si mesmos. Devemos compreender, porém, que Deus não estabelece a justiça comparando homem com homem. Deus busca comparação entre o nosso viver e a sua justiça, e nos acha em falta. Neste particular, o veredito das Escrituras é que todas as nossas justiças são trapo de imundícia Is 64.6, e que todos pecaram e carecem da glória de Deus Rm 3.23.

1.2.  A Graça de Deus

        No contexto da doutrina da salvação, a graça divina deve ser abordada sob duplo aspecto. 1) como favor imerecido da parte de Deus para com os pecadores, indistintamente; e 2) como poder restringidor do pecado, operante na reconciliação do homem com Deus, e na santificação do crente. A proporção da graça que o homem recebe depende exclusivamente da sua decisão, independentemente da vontade de Deus, já manifesta 2 Pd 3.18. Devemos ter em mente o fato de que Deus é um Deus não só de amor, é um Deus também de justiça. Portanto, para Deus declarar-nos inocentes independentemente da nossa conversão, seria uma ofensa à sua justiça Ez 18.4. 

       Então, como poderia Deus manter a perfeição da sua justiça e ainda assim salvar pecadores? A resposta está no fato de que Deus não desculpa o nosso pecado, pelo contrário, ele o remove completamente. Deus nos dá o exemplo de um cordeiro substituto e expiador. Esse cordeiro típico do Antigo Testamento, apontava para Jesus, "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" Jo 1.29. De acordo com a Epístola aos Hebreus capítulo 9 verso 14, Jesus Cristo satisfez plenamente essa exigência de Deus.

1.3.  A Salvação é para o mundo inteiro

       Através do sacrifício perfeito de Cristo, todos os habitantes da terra foram representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo "é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" 1 Jo 2.2; 2 Co 5.14; Hb 2.9.

1.4.  A Salvação é para os que Crêem

        Apesar de Cristo haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a expiação é uma provisão divina  feita especialmente por aqueles que crêem. Com muita frequência  se ouve a pergunta: "Por quem Cristo morreu?" Se alguém responde: "Pelo mundo inteiro", alguma outra pessoa poderá objetar: "Então porque nem todas as pessoas são salvas?". A salvação foi preparada para todas as pessoas, o problema é que nem todas as pessoas anelam por ela. Paulo apresenta Jesus Cristo como o "Salvador de todos os homens, especialmente dos fiés 1 Tm 4.10".  (prossegue)

      

 

 

DOIS CAMINHOS E UMA ALTERNATIVA

 

  Introdução.

 

  Por causa da escolha precipitada que resultou na morte espiritual do homem, Deus pôs diante dele dois caminhos e uma escolha.

  ESCOLHA SIGNIFICA: Seleção, preferência, opção.

  I.   CARACTERÍSTICAS QUE MARCAM A VIDA DE QUEM ESCOLHEU ENTRAR PELA PORTA LARGA:

       1.1 - Vida de pecado

       Pecar é errar o alvo. É praticar as obras da carne descritas em Gl 5.19-21.

       1.2 - Amor ao mundo

       Amar o mundo é priorizar o modo do convívio ditado por Satanás (1 Jo 2.15).

       1.3 - Deus é apenas um detalhe

       Nos episódios narrados  no livro de juízes os israelitas muitas vezes usaram o Senhor como coisa supérflua. O crente que se curva perante o deus deste século não terá as suas orações respondidas (Tg 4.3).

II.   CARACTERÍSTICAS QUE MARCAM A VIDA DE QUEM ESCOLHEU ENTRAR PELA PORTA ESTREITA:

       2.1 - Renúncia de si mesmo

       Implica em renúncia aos desejos carnais (Gl 5.16,17), mas sem cair nos extremismos e desequilíbrios de vida radical muito conhecida no meio evangélico, que diz que a presente vida não tem nada para nós.

      2.2 - Segue a Jesus (Lc 9.23).

      Seguir a Cristo é aceitá-lo como Salvador, guardar os seus mandamentos, caminhar por estradas difíceis e pedregosas, e suportar as aflições como bom soldado.

      2.3 - Produz fruto do Espírito Santo

      A primeira característica do fruto descrito em Gálatas 5.22 é o amor. Não é o amor Eros (amor entre homem e mulher), mas o amor Ágape (amor que Deus coloca em nossos corações).

      2.4 - Suporta a rejeição

      O crente é as vezes rejeitado. Ele deve estar preparado para essa rejeição (Jo 15.18,19), sabendo que se o mundo o rejeita, primeiro rejeitou a Cristo a ponto de crucificá-lo.

III. RESULTADO DOS DOIS ESTILOS DE VIDA:

      O resultado de quem escolheu entrar pela porta larga é:

     3.1 - Pranto e ranger de dentes (Mt.25.30);

     3.2 - Sofrimento eterno (Ap 20.10);

     3.3 - Sofrimento eterno da alma e do corpo (Mt 10.28);

     3.4 - Sofrimento e solidão nas trevas (2 Pd 2.17);

     O resultado de quem escolheu a porta estreita é:

     3.1 - A vida eterna (Jo 11.25);

     3.2 - O céu (Ap 21.1,2);

     3.3 - O paraíso (2 Co 12.2-4);

     3.4 - A Árvore da Vida (Ap 2.7).

 

Conclusão:

     Deus deu ao homem o livre arbítrio. Este poderá escolher ou a vida eterna com Cristo ou o tormento eterno, reservado para o Diabo e seus anjos. Esses lugares até então abstrato para a humanidade existem e serão locais de habitação eterna quando no julgamento das nações Cristo reunir todos os povos e separar os salvos dos perdidos, como o pastor separa os bodes das ovelhas.

   

O BANQUETE DE BELSAZAR  (DANIEL CAP. 5.1-31)

 

Vamos ao Estudo:

 

       Havia sido predita, por longo tempo, e muitas vezes, a destruição da Babilônia, enquanto a destruição era ainda futura. Mas no tempo da presente lição, chegara a noite marcada por Deus, em que a capital do mundo de então tinha de cair. Belsazar reinava em Babilônia; alguns historiadores calculam que tinha reinado durante dezessete anos, outros dizem que apenas três. Cerca de dois anos antes, Ciro, o rei da Pérsia, avançou contra Babilônia com um grande exército. Belsazar saiu-lhe ao encontro e travou batalha, mas, sendo rechaçado, recuou com seus soldados para dentro da cidade de Babilônia. Fazia, nesse tempo, cerca de dois anos que o exército de Ciro sitiava a cidade, a qual, dentro dos muros indestrutíveis, estava abastecida para suportar um sítio prolongado mesmo que fosse de vinte anos. Mas no segundo ano do cerco, a cidade foi tomada como consta no relato bíblico que veremos a seguir.

       O alvo do capítulo cinco: Mostrar o horror da destruição repentina que espera os que pecam contra a luz do céu (Belsazar sabia, versículos 22,23), confiando, como Belsazar, na segurança falsa dos homens. É a nós que Deus previne: "Quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida" (2 Ts 5.3). Essa destruição não será de consequências apenas momentâneas, mas de "vergonha e desprezo eterno" (Dn 12.2). E, ainda mais, não será de uma só cidade, ou de uma só nação, mas de todas as cidades e de todas as nações de todo o mundo para todo o sempre.

       I. BELSAZAR ENCHE A SUA MEDIDA DE INJUSTIÇA 1-4.

       "O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil.

       Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vazos de ouro e de prata, que Nabucodonozor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem por eles o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.

       Então trouxeram os vasos de ouro, que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus grandes, as suas mulhers e concubinas.

       Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira, e de pedra".

        Foi no ano 538 a.C., sessenta e oito anos depois que Daniel foi levado cativo para Babilônia, que Belsazar deu seu ímpio e blasfemo banquete no mesmo lugar, segundo alguns afirmam, onde a Torre de Babel havia sido edificada em desafio a Deus e onde se havia estabelecido o culto babilônico para suplantar os cultos ao verdadeiro Deus. "Trouxeram os vasos de ouro... do templo da casa de Deus". Belsazar e o mil de seus grandes, assim insultaram a Deus, bebendo na sua festa idólotra, porque a glória tinha saído do templo em Jerusalém. Igualmente há na igreja de hoje, muito desrespeito ao Senhor porque a glória já saiu. Em Atos 5.1-15 encontra-se um exemplo de que devemos esperar, quando alguém profana a igreja cheia do Espírito Santo.

       Cinco vezes nesses quatro versículos diz que eles bebiam. É natural que os homens desejassem sair da vida monótona e subir para uma vida animada. Porém, apesar dos bêbedos terem razões no seu desejo, erram na maneira de alcançá-lo. "Não vos embriagueis com vinho, em que há contendas, mas enchei-vos do Espírito" (Ef 5.18). Os adoradores, no festim de Belsazar, sentiram a animação do álcool e "deram louvores aos deuses". Mas, no Pentecostes, encontra-se o segredo da inspiração verdadeira: "Todos foram cheios do Espírito Santo, e falaram das grandezas de Deus" Atos 2.4,11.

       O rei Belsazar (v. 1): Depois da morte de Nabucodonozor, seu filho, Evil-Merodaque reinou. II Rs 25.27,28. Em seguida, o rei da Babilônia, mencionado nas Escrituras, é Belsazar. Mas os críticos da Bíblia declararam por muitos anos, que Daniel se enganara quando escreveu que Belsazar era o rei do tempo da queda da Babilônia. Diziam que o rei nesse tempo era Nabonido, o qual não morreu na queda da Babilônia e que não existiu nenhum rei com o nome de Belsazar. Os arqueólogos, porém, no meado do século dezenove descobriram,  na região da antiga Babilônia, um grande número de inscrições gravadas em tábuas de argila. Dessas incrições está provado que, enquanto Nabonido era o último rei da Babilônia, Belsazar, seu filho, reinava na sua ausência, estando em visita à Arábia. Belsazar foi morto pelos medos ao conquistar a cidade, mas Nabonido foi pensionado por eles. Assim é que, não somente Cristo (Mt 24.15), mas os próprios homens comprovam a veracidade do que Daniel relatou no seu livro.

   II. UMA MÃO ESCREVE NA CAIADURA 5.5-9.

       "Na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escrevia, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo.

        Então se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus ombros se relacharam, e os seus joelhos bateram um no outro.

        E ordenou o rei com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei, e disse aos sábios  de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será, no reino, o terceiro dominador.

       Então entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem saber ao rei a sua interpretação.

       Então o rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se nele o seu semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados".

       No meio da orgia de embriaguez "apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam, defronte o castiçal, na estucada do palácio real; e o rei via...". Não se via braço, nem mão, apenas dedos escrevendo. Quão grande foi o espanto do rei; as juntas dos seus lombos se relaxaram...! Diz-se que o famoso pintor Washington Alliston gastou mais que doze anos experimentando pintar a festa de Belsazar, e deixou a obra incompleta. O pintor não podia representar o desespero do rei condenado; o desespero duma alma que, de repente, se encontra face a face com o julgamento de Deus, a sentença judicial escrita na parede por mão misteriosa de outro mundo.

       "Qualquer que ler esta escritura... será, no reino, o terceiro dominador" (v. 7): O historiador Zenefon, diz que o povo da Babilônia se sentia seguro e zombava daqueles que sitiavam a cidade. Assim o rei foi levado a fazer essa promessa que nada valia porque ele tinha de morrer dentro de poucos minutos e o reino passaria para os medos e persas. Comparar essa promessa do rei Belsazar às promessas hoje feitas pelo mundo que está pronta para entrar no inferno!

       "Todos os sábios... não puderam ler a escritura" (v. 8): Os sábios podiam ter feito uma interpretação falsa sem que qualquer coisa o descreditasse, mas não o fizeram. até os mais infames não podem ir além do que Deus permite. Deus não deixou desviar o Seu plano.

    III. DANIEL INTERPRETA A ESCRITURA, 5.10-29.

       "A rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete; e falou a rainha, e disse: Ó rei, vive para sempre! não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.

       Há no teu reino um homem, que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonozor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus, e dos adivinhadores.

       Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência e entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Belsazar. Chame-se pois agora Daniel,  e ele dará a interpretação.

       Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou pois o rei, e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?

       Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em tí, e que a luz, e o entendimento e a excelente sabedoria se acham em tí.

       Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem esta escritura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.

       Eu, porém, tenho ouvido dizer de tí que podes dar interpretações e solver dúvidas. Agora, se puderes ler esta escritura, e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro dominador.

           Então respondeu Daniel, e disse na presença do rei: Os teus dons fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia lerei ao rei a escritura, e lhe farei saber a interpretação.

       Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonozor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a magnificência.

       E por causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele: a quem queria matava, e a quem queria dava a vida; e a quem queria engrandecia, e a quem queria abatia.

       Mas quando o seu coração se exalçou,  e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória.

       E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer erva como os bois, e pelo orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens, e a quem quer constitui sobre eles.

       E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste tudo isto.

       E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os vasos da casa dele perante tí, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres, e as tuas concubinas, bebestes vinho por eles; além disto, destes louvores aos deuses de prta, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.

       Então dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura.

       Esta, pois, é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM.

       Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.

       TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.

       PERES: Dividido foi o etu reino, e deu-se aos medos e aos persas.

       Então mandou Belsazar que vestissem a Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro dominador do reino".

       É estranho que o rei não conhecesse a Daniel. Mas é estranho, também, que o mundo não conheça os verdadeiros filhos de Deus. Naamã não conhecia ao profeta Eliseu, apesar de ter mais glória do que o rei (II Rs 5.8). O mundo não conhece os crentes, porque não conhece a Jesus (I Jo 3.1). Daniel, introduzido de repente à presença do rei, é nosso exemplo: Cheio do Espírito Santo, pronto a revelar coisa do coração de Deus, porque andava bem perto dEle, e tinha a Sua iluminação I Co 14.1.

       O terceiro dominador (v. 16): O mais que Belsazar podia conferir a Daniel era o terceiro lugar, pois ele mesmo ocupava o segundo lugar como vice-regente. As promessas de nossos amigos, de nossos parentes, do mundo inteiro, valem mais do que as de Belsazar?

       Note-se, nos versículos 17 a 28, como Daniel falou com a maior franqueza com Belsazar. Deus não se deixa levar de respeitos humanos (não faz distinção de pessoas) e os seus servos devem lembrar-se disso quando falarem aos mais pobres ou aos mais ricos.

       Nos versículos 18 a 22, descobre-se como a culpa de Belsazar era enorme. O rei tinha pecado contra a luz que Deus dera a Nabucodonozor. Compare Romanos 1.19-21.

       Os mesmos dedos que traçaram os dez mandamentos em tábuas de pedra, escreveram a sentença eterna de Belsazar: Mene, Mene, Tequel, Peres. As palavras significavam literalmente: Contado, contado, pesado, e dividido. Isto é, Deus anunciara que a justiça faltava à Babilônia e decretara a destruição do reino.

       Como é solene; Deus tem balança! Tem balanças, não somente para pesar aos montes (Is 40.12), mas também, para pesar os nossos atos. Jó desejava ser pesado numa balança fiel (Jó 31.6). Todos os homens querem pesar as suas vidas nas sua próprias balanças, mas somente a balança inevitável de Deus é sempre fiel.

    IV. A SENTENÇA É EXECUTADA IMEDIATAMENTE, 5.30,31.

       "Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus.

       E Dario, o medo, ocupou o reino, na idade de sessenta e dois anos".

       O rei Belsazar, com mil dos grandes personagens do seu reino, sentiram-se tão seguros dentro dos muros, cuja a altura era de 125 metros, e grossura de 25 metros, que, de propósito não atentaram para a investida  do inimigo contra a cidade. A história universal diz que a cidade foi tomada de noite, durante uma orgia, sem que o rei e os habitantes lhes oferecessem qualquer registência. Ciro, o General das tropas medo-persas, desviou o curso do Eufrates, que passava pela cidade, e entrou pelo leito do rio seco. O anúncio, dessa captura repentina, que paralisava a cidade, é dado pelo profeta Isaías cap. 21.9.

       Qauntos desde o dia de Belsazar encontraram no baile o julgamento e a sentença eterna de Deus?! - Belsazar morreu na embriaguez! Quantos mais, desde aquela noite morreram bêbedos e assim perderam o direito de entrar no céu? I Co 6.9,10. E os vencedores de álcool são cúmplices, porque os ajudaram a perder a sua alma.

       Qautro vezes, e cada vez com mais severidade, a cabeça de ouro (Babilônia) sentiu a mão de Deus; a primeira vez brandamente no sonho da imagem espantosa. A segunda vez com mais dureza no episódio da fornalha ardente. Na terceira,  o golpe era maior quando o rei tinha de passar "sete tempos" com os animais do campo. A quarta, porém, foi uma grande catástrofe na qual o rei Belsazar morreu  e o reino passou para o peito e braços  de prata (os medos persas). Ver Dn 2.32-39.

       NOTA ARQUEOLÓGICA: A escritura na parede, vv. 25-28. Os alicerces dessa mesma parede foram descobertos. Ver abaixo.

       A queda de Babilônia é narrado por Xenofonte, Heródoto e Beroso, do seguinte modo: "Ciro desviou o Eufrates para o novo canal e, guiado por dois desertores, marchou pelo leito seco cidade a dentro, enquanto os babilônios farreavam numa festa a seus deuses".

       Inscrições encontradas em anos recentes, declaram que o exército persa, sob Gobrias, tomou Babilônia sem luta, e que ele matou o filho do rei; e que Ciro entrou mais tarde.

       Dario, o medo, que se apoderou do reino, v. 31, e reinou em Babilônia até que Ciro assumisse o lugar, 6.28; 9.1, e sob cujo reinado Daniel foi lançado na cova dos leões, não é mencionado nas inscrições. Pensa-se que ele foi, ou Gobrias, referido nas placas babilônias, como conquistador de Babilônia, ou, como diz Josefo, Ciaxares, medo, sogro de Ciro. Era comum a pessoa ter um nome babilônico e outro nativo, assim como Daniel e seus três amigos receberam novos nomes, 1.7. Mas, quer fosse Dario sogro de Ciro, quer um de seus generais, comandou o exército que conquistou BabiLônia, enquanto Ciro se ocupava com suas guerras no Norte e no Oeste; e, até a chegada pessoal de Ciro, reinou como rei da Babilônia, provavelmente por uns dois anos, 539-537 a.C.

       Fora predito que os medos seriam os conquistadores de Babilônia, Is 13.17; 21.2; Jr 21.11,29. Até Ciro assumir o poder, a ordem era "medos e persas", 5.28; 6.8. Depois, falava-se "persas e medos", Et 1.14,18,19.

       A história do mundo mostra que Deus continua a castigar com destruição repentina. De inumeráveis exemplos destacados, citamos os seguintes:

       HERCULANO E POMPÉIA, cidades da Itália, na baía de Nápoles, foram seputados pelas cinzas e lavas do Vesúvio na erupção do ano 79. É impossível imaginar as densas trevas, tremos da terra, ondas do mar, as cinzas caindo por sobre a cidade inteira, enterrando e sufocando instantaneamente a todos os 30 mil habitantes de pompéia. Escavações da cidade revelam como foram surpreendidos, mesmo nos atos de vícios e impiedade.

       SÃO PEDRO, era a cidade mais importante das Antilhas Francesas da América Central, muito conhecida por sua beleza, grandes diversões e alto comércio. O seu porto estava sempre cheio de vapores de quase todos os países. Imitava Paris na sua vida noturna, era cheia de divertimentos desenfreados; orgulhava-se mesmo de ser "a cidade mais depravada das Antilhas". Esse povo prevenido muitos dias antes dos perigos do vulcão Pelee, que começou a dar sinais de erupção, não quis fugir. A 7 de maio de 1902 houve uma chuva torrencial sobre toda a ilha de Martinica e o dia seguinte amanheceu limpo e fresco. O povo acalmado, se preparou para o "Dia da Ascenção". Renpentinamente, porém, às oito horas, deram-se duas grandes explosões que foram ouvidas até nas ilhas Dominicana e santa Lúcia, seguidas de uma espessa nvem, muitíssimo grande com listas brilhantes, que descia da cratera do vulcão, cobrindo totalmente a cidade de São Pedro.

       O TITANIC, grande e luxuoso navio, na primeira viagem foi de encontro a um "iceberg" no meio do Atlântico, em 14 de abril de 1912 e naufragou com mais de 2.000 pessoas. Os homens consideravam o navio à prova de submersão e dezoito horas depois do desastre a companhia em Nova Iorque continuava a afirmar ao mundo que o Titanic não podia, de forma alguma, ir a pique. Somente no último momento é que os passageiros deixaram a dança, o jogo e outras diversões carnais. Então a banda de música começou a tocar: "Mais perto quero estar, meu Deus de ti", até que tudo desapareceu sob as ondas. Quantos, desses mais de 1.600, que morreram, partiram para o mesmo destino que teve Belsazar e seus mil? O Titanic descansa em lugar onde há mais de dois quilômetros de profundidade abaixo do nível das águas. -  Muitos outros desastres que poderíamos referir aqui. E nos dias de hoje?  podemos citar? Tsunami em Fukuschima, no Japão! Em Angras dos reis, no Rio de janeiro! O tremor de terra no Haití que detonou toda  a cidade! A inundação em Santa Catarina! Meus amados irmãos em Cristo Jesus, ficamos mais atentos aos avisos do Deus Todo-Poderoso! Amém.     

 

      

        

 

    

    

QUANDO O CRENTE É PROVADO - I COR CAP. 4.8.

 

INTRODUÇÃO

 

     As provações na vida do crente tanto podem destruir quanto fortalecer a sua fé. Pedro fala que a fé do cristão é muito mais preciosa que o ouro que perece e é refinado pelo fogo.

     PROVAÇÃO É:

     Ação ou meio de pôr à prova a consciência, a resignação, a virtude de alguém. Situação difícil, sofrimento.

I.   ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE O CRENTE É PROVADO:

     1.1- Quando está só

     Nessa hora o crente tem uma sensação de impunidade. Acha que porque está só pode fazer o que contraria a palavra de Deus. Jesus estava sozinho no deserto. Foi nesta hora que o diabo o tentou (Mt 4.1,2). José também estava só quando foi tentado pela mulher de Potifar (Gn 39.7,8). Embora estejamos sozinhos, Deus tudo sabe e tudo vê (Pv 15.3).

     1.2- Quando é preciso doar alguma coisa

     Se o crente quer ser aprovado pelo Senhor, então tem que doar o amor. Aprender a amar a Deus e ao próximo (Rm 13.8).

     1.3- Quando tudo vai bem

     Algumas pessoas, por estarem empregadas e ganhando um ótimo salário logo começa a rejeitar o Senhor. Mas quando estão atravessando algum momento difícil em sua vida tornam-se mais fervorosa na igreja. Muitos citam a história de Jó como um homem sofredor que não negou a Deus. Mas esse Patriarca também foi um homem piedoso que oferecia contínuos sacrifícios ao Senhor (Jó 1.5).

     1.4- Quando a vida do crente está em risco por causa da fé

     Foi o caso de Sadraque, Mesaque e Abednego, que foram lançados na fornalha de fogo ardente porque não queriam adorar a estátua de Nabucodonosor (Dn 3.12-22). Pedro e João foram pressionados  porque levantaram o paralítico na porta formosa (At 4.18,31).

II.  OUTRAS SITUAÇÕES DE PROVAÇÕES:

     2.1- Quando chega a hora de renunciar

     Foi o caso de Moisés (Hb 11.24), que recusou ser chamado filho da filha de faraó para sofrer com o povo de Deus no deserto. Também foi o caso de Daniel. Os inimigos investigaram a vida de Daniel e não encontraramm nenhum delito nesse profeta, e então armaram um embuste para lançá-lo na cova dos leões. A fé de Daniel contagiou o imperador. O profeta renunciou a sua posição como primeiro governador da Babilônia para ser jogado na cova dos leões. Paulo também poderia se tornar uma grande autoridade entre os Judeus. Era um erudito, mas ele considerou tudo isto como esterco (Fp 3.7,8).

     2.2- Quando o seu testemunho é questionado

     É quando precisamos testemunhar daquilo que somos e cremos e se a nossa vida condiz com o que pregamos. A vida de Paulo era conhecida por todos os Judeus. O rei Agripa queria conhecê-lo porque tinha ouvido notícias sobre ele. Este rei falou: "Por pouco me persuade a me tornar cristão" (At 26.28). Até os demônios conheciam quem era Paulo (At 19.15).

     2.3- Quando o Reino de Deus é priorizado

     Quando priorizamos o Reino de Deus, tudo vai bem na área psicológica, emocional, material e biológica. Jesus disse que Deus supriria todas as nossas necessidades se o Reino de Deus fosse priorizado. O Reino de Deus não é comida nem bebida (Rm 14.17).

     CONCLUSÃO

     Se tão-somente o crente priorizar o Reino de Deus será espiritualmente aprovado e terá a sua fé fortalecida no Senhor. Se estiver passando algum problema em sua vida ele dirá como Jó: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" (Jó 19.25). Quando Jesus Cristo se manifestar à sua Igreja dirá a ele: "Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, no muito te colocarei. Entra no gozo de teu Senhor" (Mt 25.21).

O JULGAMENTO DO CRENTE

Texto Bíblico: 2 Cor. 5. 10.

 

     Introdução

 

     A Bíblia ensina que os crentes terão, um dia, de prestar contas "ante o tribunal de Cristo", de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus. No tocante a esse julgamento do crente, segue-se o estudo de alguns de seus pontos.

(1) Todos os crentes serão julgados; não haverá exceção Rm. 14. 10, 12 diz: "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo".  12 "De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus". Ver mais: 1 Cor. 3. 12-15; Ec. 12. 14.

(2) Esse julgamento ocorrerá quando Cristo vier buscar a sua Igreja Jo. 14. 3; 1 Tes. 4. 14-17.

(3) O juíz desse julgamento é Cristo Jo. 5. 22 "todo juízo"; 2 Tm. 4. 8 "Juíz".

(4) A Bíblia fala do julgamento do crente como algo sério e solene, mormente porque inclui para este a possibilidade de dano ou perda (1 Cor. 3. 15; 2 Jo. 8); de ficar envergonhado diante dEle "na sua vinda" (1 Jo. 2. 28), e de queimar-se o trabalho de toda sua vida (1 Cor. 3. 13-15). Esse julgamento, não é para sua salvação, ou condenação. É um julgamento de obras.

(5) Tudo será conhecido. A palavra "comparecer" (gr. phaneroo, 5. 10) significa "tornar conhecido aberta ou publicamente". Deus examinará e revelará abertamente, na sua exata realidade, (a) nossos atos secretos (Mc. 4. 22; Rm. 2. 16), (b) nosso caráter (Rm. 2. 5-11), (c) nossas palavras (Mt. 12. 36, 37), (d) nossas boas obras (Ef. 6. 8), (e) nossas atitudes (Mt. 5. 22), (f) nossos motivos (1 Cor. 5. 5), (g) nossa falta de amor (Cl. 3. 23; 4. 1) e (h) nosso trabalho e ministério (1 Cor. 3. 13).

(6) Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus (Mt. 25. 21, 23; 1 Cor. 4. 2-5) e das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu (Lc. 12. 48; Jo. 5. 24; Rm. 8. 1).

(7) As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoados no que diz respeito ao castigo eterno (Rm. 8. 1), mas são levadas em conta quanto à sua recompensa: "Mas quem fizer agravo receberá agravo que fizer" (Cl. 3. 25; Ec. 12. 14; 1 Cor. 3. 15; 2 Cor. 5. 10). As boas ações e o amor do crente são lembrados por Deus e por Ele recompensados (Hb. 6. 10): "cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer" (Ef. 6. 8).

(8) Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários, como obtenção ou a perda de alegria (1 Jo. 2. 28), aprovação divina (Mt. 25. 21), tarefas e autoridade (Mt. 25. 14-30), posição (Mt. 5. 19; 19. 30), recompensa (1Cor. 3. 12-14; Fp. 3. 14; 2 Tm. 4. 8) e honra (Rm. 2. 10; 1 Pd. 1. 7).

(9) A perspectiva de um iminente julgamento do crente deve aperfeiçoar neste o temor do Senhor (2 Cor. 5. 11; Fp. 2. 12; 1 Pd. 1. 17), e levá-lo a ser sóbrio, a vigiar e a orar (1 Pd. 4. 5, 7), a viver em santa conduta e piedade (2 Pd. 3. 11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt. 5. 7; 2 Tm. 1. 16-18).