BABILÔNIA

21/04/2012 09:16

Esboço:

 

  1. Nome
  2. Localização da cidade e do país; descrição
  3. Fundação e pré-história
  4. História
  5. Religião e moral
  6. Principais cidades da Babilônia

 

  1. Nome

 

     O termo acadiano babli, babilani significa porta dos deuses. A palavra Babilônia era empregada para aludir à cidade que era capital da Babilônia. Ocupava o território que agora é o sul do Iraque. Por associação popular, o termo hebraico balal (confusão) (ver Gn 11. 9), foi ligado à Babilônia como o local onde houve essa confusão, causada pela impiedade. Porém as duas palavras (porta dos deuses e confusão) não são a mesma coisa, exceto no conceito popular. Outros nomes da cidade que ora comentamos, nos textos babilônicos, são tin tir ki, ou , e e-ki, . O termo sesaque, que em algumas cersões (mas não na nossa versão portuguesa), em Jr 25. 26 e 51. 41, é considerado por alguns como um que envolve o nome Babel, pode ser uma rara ocorrência do antigo nome da cidade.

 

     2. Localização da cidade e do país; descrição.

 

     A Babilônia ficava na terra de Sinear (ver Gn 10. 10), na região que agora fica no sul de Iraque, no Sudoeste da Ásia. A cidade estava localizada às margens do rio Eufrates (ver Jr 13. 4, 5, 7 e 46. 2, 6). Um outro nome bíblico para ela era (Jr 24. 5; Ez 12. 13). Na remota antiguidade, tinha o nome de Acade (cf. Gn 10. 10). O território posteriormente recebeu o nome de Caldéia, apelativo dado à região inteira, após o surgimento da dinastia caldaica. Assim, os babilônios também são qualificados como caldeus (Ez 23. 15, 17, 23). O país era regado pelos rios Tigre e Eufrates. A Bíblia localiza o jardim do Éden ali (Gn 2. 14), como também a torre de Babel, e a região para onde os judeus foram exilados.

 

     Descrição: De acordo com os modernos padrões de dimensão dos países, a Babilônia era pequena, pois tinha apenas cerca de 13.000 quilômetros quadrados. Era limitada ao norte pela Assíria (Samarra Jebel Hamrin, como fronteira); a leste pelas colinas da Pérsia; a oeste pelo deserto da Arábia; e ao sul pelas praias do golfo Pérsico.

 

     A cidade: A Babilônia estava localizada às margens do rio Eufrates chamado de grande rio Eufrates, em Gn 15. 18. Era cercada por duas muralhas. A muralha externa teria sido construída por Belus e depois foi reparada por Nabucodonosor. A cidade tinha uma forma de um quadrado. A extensão da circunferência das muralhas é dada com diferenças, pelos diversos autores, de 7.250 m a 9.650 m. Tinham entre 18 m a 21 m de altura. Eram suficientemente largas, no alto, para que um carro com quatro cavalos fizesse meia-volta em cima delas. Aquelas muralhas eram uma notável defesa para a época. Não obstante, aguardava-as a destruição (ver Jr 51. 58). A própria muralha seria derrubada, e a cidade seria arrasada.

    

     3. Fundação e pré-história

 

     O trecho de Gn 10. 10 informa-nos que a cidade foi fundada por Ninrode, tornando-a contemporânea de Ereque (moderna Warca) e de Acade (moderna Agade). Em comum com outras culturas, ao falar sobre sua capital ou sobre suas cidades importantes, a tradição babilônica assegura que o lugar tivera origem divina. Marduque, deus babilônico, teria sido o fundador da cidade. Porém, os próprios mitos babilônicos não exibem o nome dessa divindade senão já no século XVIII A.C. A mais antiga referência histórica é a que faz alusão a Sarcalisarri (cerca de 2.250 A.C.), que nos diz como ele removeu a terra da cidade a fim de erigir Agade, um lugar próximo, que seu pai, Sargão, havia começado a construir. Essa renovada reedificação, feita por Sarcalisarri, foi efetuada a fim de preservar a santidade do local. A referência no livro de Gênesis parece indicar uma data, talvez cem anos antes disso, quando a cidade teve seu começo.

 

     Pré-história. O local, entretanto, vinha sendo habitado desde uma data muito mais antiga do que transparece em Gn 10. 10. Alguns estudiosos, porém, preferindo deixar de lado a marcação de datas por genealogias, presumem que essa referência em Gênesis nos faz retroceder até 4.500 A.C. Seja como for, povos chamados sumérios, - antecederam os semitas, na baixa Babilônia. Há estudiosos que pensam que os sumérios seriam camitas, conforme a narrativa de Gênesis indica, - no tocante aos descendentes de Ninrode.

 

     Obeide. Esse nome deriva-se de Tell-el-Obeid, um pequeno cômoro – cerca de sete quilômetros a noroeste de Ur, sendo usado para designar a mais antiga civilização conhecida na Babilônia. Implementos encontrados em Ur e em Ereque ilustram essa civilização.

 

     Ereque (Warka). Desde tempos tão remotos quanto o quarto milênio A.C., uma outra cultura distintiva tem sido descoberta, com o mais antigo zigurate, os primeiros selos silíndricos e o começo da escrita, como características distintivas. Jemdet Nasr, no vale Mesopotamiano, perto da Babilônia, representa uma outra cultura, posterior (3200-3000 A.C.), com seus instrumentos de bronze, que deu origem ao surgimento de várias cidades, como surupaque (fara), Ewhunna (Tell Asmar) e Quis.

 

     4. História

 

     O mais antigo período dinástico (cerca de 2800-2360 A.C). De acordo com a lista dos reis sumérios, oito ou dez deles reinaram antes do dilúvio. Todas as coisas sucederam por divina determinação. Esses reis estiveram associados às cidades de Eridu, Badtibirra, Laraque, Sipar e Surupaque. O dirigente da última dessas cidades foi o herói sumério da história do dilúvio. Essa história é proeminente nos registros babilônicos no período de cerca de 2000 A.C. Há muitos relatos independentes sobre o dilúvio, sugerindo que Noé não foi o único que escapou desse desastre.

     Após o dilúvio, houve outra divina intervenção. . Surgiram cidades-estados, como as de Quis, Uruque, Ur, Awan, Hamazi, Adabe, Lagase e Mari. Essas cidades-estados viviam em freqüente disputa com a Babilônia, o centro das disputas. Governantes importantes foram Etana, um pastor que supostamente desceu do céu, além de doze reis, de Uruque, que teriam reinado por um total de 2310 anos, incluindo entre eles Gilgamés, um proeminente herói épico.

     O poder de Ur assinala a porção final do período dinástico. Uruque foi subjulgada e Ur ganhou proeminência, através da guerra, naturalmente. A lista de reis sumérios designa quatro reis desse período, cujos reinados cobriram um período de cerca de cento e setenta e sete anos. Então Ur foi ferida por armas de guerra. Túmulos descobertos, pertencentes a esse período, revelam uma alta civilização.

 

     Os acadianos (2371-2191 A.C.)

    

     Os semitas aumentaram o seu domínio na Babilônia, liderados pelo poderoso Sargão. Ele teve uma história humilde, bem como uma história de arca de juncos, semelhante à história de Moisés. Construiu um extenso império, usando novas técnicas de guerra, com arco e flecha como o principal armamento. Foi capaz de derrotar Lugalzagesi, de Uma, Quis e Uruque. A palavra acadiano é de origem semita, equivalente a Agade, a principal cidade dos povos semitas sobre os quais estamos discutindo. Sargão foi sucedido por Rimus-Manistusu e por Nara-Sin, seu filho e seu neto, respectivamente. Este último foi finalmente derrotado por uma coligação dirigida por Utuegal, de Uruque. Porém, esse governo teve natureza local, visto que Lagase reteve o seu poder, bem diversas outras cidades.

    

     Invasões dos Elamitas e dos Amorreus (1960-1830 A.C.).

 

     Houve perídos severos de escassez de alimentos que debilitaram o império. Vieram os seminômades dos desertos ocidentais, que invadiram a região e derrubaram o governo sumério. Esses invasores vinham do Elão (elamitas) e de Mari (amorreus). Sob Ibi-sin, Ur foi saqueada pelos elamitas. O amorreus se estabeleceram em Isin e Larsa. Um governante elamita, Kirikiri, estabeleceu seu poder em Esnuna. O unido império sumério foi dividido em facções. Alguns supõem que foi nessa época que Abraão convocado a deixar o lugar (ver Gn 11. 31). A mudança das circunstâncias em Ur também modificou o destino pessoal de Abraão.

 

     Antigo Período Babilônico (1830-1550 A.C.).

 

     A nova Babilônia deu começo à sua ascensão, particularmente sob a liderança Hamurabe. Os reinos amorreus continuaram lutando entre si. Essa instável situação deu a certo número de estados menores a oportunidades de obterem a independência. A Babilônia foi um desses estados menores. Hamurabe foi o sexto monarca da primeira dinastia da Babilônia. Suas datas são variegadamente estabelecidas, como 1792-1750 A.C., 1728-1686 A.C., ou 1642-1626 A.C. Hamurabe herdou pequena região para governar, mas não tardou para ampliá-la. Tabletes de Mari mostram que Hamurabe estava com dez a quinze reis a ele subordinados, embora Rin-Sin, de Larsa, Ibalpiel, de Esnuna, Amutpeil de Qatana, e Iarinlim de Yamhad também tivessem suas respectivas esferas de influência. Contudo Hamurabe obteve uma série de vitórias, e derrotou Rin-Sin, seu rival, rei de Larsa.

    

     Invasão e dinastia cassita (1550-1169 A.C.)

 

     Em cerca de 1595, o hitita Mursili I assedioua cidade de babilônia, mas os cassitas (ou cosseanos), provienientes das colinas orientais, gradualmente assumiram o controle do país. Um deles estabeleceu uma nova capital, Dur-Kurigalzu, edificada por Kurigalzu I. Seguiu-se uma longa linha de sucessores, de tal modo que, durante certo número de séculos, eles dominaram o país.

 

     Segunda Dinastia de Isin (1146-1123 A.C.)

 

     Quando terminou o predomínio cassita, pela erosão gradual provocada por vários povos invasores, surgiu uma nova dinastia na Babilônia. Esses novos monarcas eram todos babilônios nativos. Entre eles destacava-se Nabucodonosor I (1146-1123 A.C.). Ele derrotou os elamitas e os hititas, mas foi derrotado pelos assírios. Tiglate Pileser I, da Assíria, completou a conquista da babilônia, marchando contra o sucessor de Nabucodonosor I, Marduque-Nadin-Ahi. Entrementes, a nação judaica estava surgindo no Ocidente, e nenhuma das nações circunvizinhas (debilitadas por conflitos contínuos) pôde fazer-lhes oposição.

 

     A Dominação Assíria (745-626 A.C.)

 

     Desde tão cedo quanto 1100-900 A.C., tribos aramaicas e a Assíria começaram a interferir nos negócios da Babilônia. Tiglat Pileser II (729 A.C.), o Pul referido em II Reis 15. 19, conquistou a Babilônia. Aqui damos apenas alguns poucos eventos importantes: Em 722 A.C., foi derrotada Samaria (Israel do norte), pelo que aí temos o cativeiro assírio de Israel. Esse cativeiro foi gradual, estendendo-se pelo espaço de cinto e cinqüenta anos. Em 689 A.C., a Babilônia revoltou-se contra Senaqueribe, mas ele a saqueou e a incendiou até o rés do chão. Foi reconstruída por Esaradom e continuou fazendo parte do império assírio até 625 A.C.

 

     Período Neobabilônico ou caldeu (626-539 A.C.)

 

     A 22 de novembro de 626 A.C., Nabopolassar, governador das terras do mar (golfo Pérsico), assentou-se sobre o trono da Babilônia. Ele estabeleceu a paz com os elamitas, e então, no ano seguinte, derrotou os assírios, em Salate. Juntamente com Ciaxares, rei dos medos, o rei dos caldeus destruiu Nínive, em 612 A.C. Assim nascia o império neobabilônico ou caldeu. Seu filho, Nabucodonosor, derrotou Neco, rei do Egito, em Carquemis, em 605 A.C. Esse império, pois, passou a controlar todo o sudoeste da Ásia. Nabocodonosor (605-556 A.C.) teve um longo e brilhante reinado. Em seu tempo, ele destruiu Jerusalém (587 A.C.), e enviou Israel do sul (Judá) para o cativeiro. (ver Jr 52. 12). Zedequias, o rei dos judeus - foi capturado, cego e enviado – para Babilônia (ver Ez 12. 13). Foi esse mesmo Nabucodonosor quem lançou os três jovens hebreus na fornalha ardente (ver Dn 3. 13-25), embora tivesse se mostrado tão gentil para com Jeremias. Daniel interpretou os sonhos de Nabucodonosor. Esse monarca foi punido por um período de loucura; mas, posteriormente, foi exaltado e honrado por Deus (ver Dn 4). Transformou a cidade da Babilônia na mais esplendorosa das capitais, tornando-a no principal centro do mundo civilizado da época.

     Nabucodonosor foi sucedido por seu filho, Amel-Marduque (na Bíblia, Evil-Merodaque) (ver II Reis 25. 27 e Jr 52. 31). Foi assassinado por Niriglissar (560-556), que o sucedeu. Mas Niriglissar também foi assassinado. Então o nobre babilônico, Nabonido, assumiu o governo. Apontou seu filho Belsazar, como co-regente. Agora surgia no horizonte o império persa.

 

     Queda da Babilônia e História Subseqüente.

 

     No décimo sétimo ano do governo de Nabonido (539 A.C.), Ciro II, rei da Pérsia, capturou a babilônia. Ele penetrou na cidade quando quando a população inteira , dependendo das muralhas inexpugnáveis que cercavam a cidade, entregara-se à festividade e ao deboche, durante um período de festejos. Heródoto informa-nos que Ciro havia anteriormente feito secar o Palacopas, um canal que atravessava a cidade de Babilônia, levando as águas supérfluas do Eufrates para o lago de  Nitocres, a fim de desviar o rio para ali. Assim, o rio baixou de nível e os soldados puderam penetrar na cidade através do leito quase seco do rio. Após haver sido capturada, a Babilônia declinou, especialmente depois que Ciro fez de Susa a sua capital. Ele adquiriu o título de <...meu pastor...> (Is 44. 28; 45. 1). Daniel prosperou, e aos judeus foi permitido a retornarem a Jerusalém, pelo que cumpriu-se a profecia de Jeremias (ver Jr 25. 12; 29. 10 e 33. 7-14). Em 530 A.C., Ciro foi sucedido por Cambises. A cidade permaneceu sob o governo persa desde 539 até 323 A.C. A morte de Cambises deu margem a uma rebelião, e pretendentes apossaram-se do trono. Em dezembro de 522 A.C., Dario I restaurou a lei e a ordem. Durante o seu reinado (522-486 A.C.), ele permitiu que os judeus reconstruíssem o templo de Jerusalém, sob Zorobabel (ver Esd 4. 5; Ag 1. 1 e Zc 1. 1). Monarcas persas continuaram governando a Babilônia, a saber: Xerxes (486-470 A.C.), Artaxerxes I (464-423 A.C.), Dario II (423-408 A.C.). A Pérsia continuou dominada pela Média até ao surgimento de Ciro II, o conquistador da Babilônia, que também subjugou os medos, em cerca de 549 A.C.

 

     Religião e Moral   

 

     Visto que a história da Babilônia é muito longa, temos uma grande variedade de crenças e instituições religiosas, que procuramos sumariar aqui.

 

     Antigas divindades sumérias foram assimiladas pelos semitas, após o tempo da primeira dinastia da Babilônia cerca de 1800 A.C.). A versão final da biblioteca de Nínive, no século VII A.C., enumerou os deuses em mais de 2.500. Mas, em qualquer período isolado, o número desses deuses sempre foi bem menor. Contudo, isso mostra quão politeísta era aquela gente.

 

     O panteão e a tríade. Os deuses mais importantes eram Anu (o Na dos sumérios), o deus do céu, cujo templo principal ficava em Uruque. Havia também o deus do ar, Enlil, que acabou amalgamado com Bel (Baal) e com Marduque.

     A terceira deidade dessa tríade era Ea (o Enki dos sumérios, senhor das águas profundas, deus da sabedoria e gentil para com os homens).

 

     Divindades secundárias. A Istar dos semitas, que a princípio era uma divindade masculina, foi depois identificada com Inana. Daí por diante, Istar transformada na deusa do amor, uma heroína de guerra. Também foi considerada filha de Sin, o deus-lua dos babiblônios. Era adorada em templos juntamente com a esposa de Sin, Nigal. Shamash era o deus-sol, e sua esposa Aya, veio a ser identificada com Istar. Sumutu era o filho de Sin, e era o deus do poder, da justiça e da guerra. Tinha templos em Sipar e em Larsa. Todos os deuses principais contavam com santuários e altares separados dos templos. Adade (de origem semita), era o deus das tempestades, identificado com o deus cananeu arameu Adu ou Adade. Nergal e sua esposa, Eresquigal, governavam o submundo. Ele era o senhor das pragas, das febres e das enfermidades. Com o surgimento dos amorreus, tornou-se proeminente na Babilônia a adoração a Marduque (em sumério, amar uto, o jovem touro do sol). Assur, tornou-se o deus nacional da Assíria. Amurru era uma deidade dos semitas ocidentais, que veio a ser identificada com Anu, Sin e Adade. Dagom também tinha origem semita, mas terminou exercendo vasta influência. Damuzi era o deus da vegetação, que morria, mas não ressuscitava. Ninurta era deus guerra e da caça, era honrado tanto pelos babilônios quanto pelos assírios.

 

     Sacerdócio. Eles tinham um elaborado sistema sacerdotal, dentro do qual o rei era o sumo pontífice. Na época dos sumérios, o templo também era o centro financeiro. Havia sacerdotisas, tanto quanto sacerdotes, acompanhadas pela promoção da adoração a vários deuses e deusas. Havia aqueles que cuidavam da liturgia e da música. Havia exorcistas que cuidavam dos maus espíritos; e havias astrólogos que procuravam obter orientação do céu, bem como todas as variedades de adivinhos, com o mesmo propósito. Os demônios eram encarados como especialistas em tipos especiais de tentações e perturbações, e havia ritos para contrabalançar essas especialidades. A medicina estava intimamente ligada à religião. Havia um elaborado sistema de sacrifícios. Havia muitas festividades e feriados religiosos. O dinheiro tinha de passar pelos templos, e suas muitas atividades incluíam a comum instituição pagã da prostituição sagrada, usualmente efetuada em honra a algum deus ou deusa da fertilidade.

 

     Principais cidades da Babilônia

 

     Babilônia. A história da Babilônia é, essencialmente, a história da cidade de Babilônia. Por isso, tudo que dissemos acima aplica-se, em sua maior parte, a uma e à outra. Adicionamos aqui algumas descrições específicas da cidade de Babilônia:

 

     A cidade era tão vasta que aqueles que habitavam no centro da mesma não sabiam que seus pontos extremos haviam sido capturados (ver Jr 51. 31). Heródoto diz que a circunferência da cidade media quase cem quilômetros. A cidade tinha a forma de um quadrado, cada lado com mais de 24 quilômetros. As muralhas contavam com cem portões de bronze, vinte e cinco em cada lado (ver Is 45. 2). A altura dessa muralhas era de 107 m, com cerca de 27 m de espessura. Um profundo e largo fosso com água circundava as muralhas, cujas partes inferiores eram cimentadas e seguras com tijolos, mantidos no lugar com asfalto. O templo de belo era um zigurate com oito torres quadradas. Os jardins suspensos formavam um quadrado com 120 m de lado, construídos em terraços. Havia duzentas e cinqüenta torres nas muralhas guardando a cidade de qualquer inimigo que se aproximasse.

 

     Localização. Ficava às margens do rio Eufrates e cerca de 88 km ao sul da moderna cidade de Bagdá, e imediatamente ao norte da moderna Hila, no centro do atual Iraque. A localização agora é ocultada por um número de elevações largamente espalhadas. A maior, Qsar, cobre a antiga cidadela; Merkes, um distrito da cidade; para o norte, Bawil, o palácio do norte e de verão de Nebuchadrezzar; Amram ibn ‘ Ali, o templo de Marduk. (Ainda há muito que escrever sobre a babilônia).