QUEM É HERDEIRO DA TERRA PROMETIDA?

21/04/2012 09:08

OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO.

 

     Esses conflitos giram em torno da disputa pela posse de uma terra que Deus prometeu a Abraão e a seus herdeiros. Quanto a essa promessa, judeus, muçulmanos e cristãos estão basicamente de acordo. O problema é a identidade dos herdeiros que têm direito à Terra Prometida. A Bíblia revela que Abraão teve, pelo menos, oito filhos: Ismael, o primogênito, filho de Hagar, serva de Sara, sua esposa; [1] Isaque, o segundo, filho de sua esposa Sara; [2] e outros seis filhos que teve de Quetura, com quem se casou após a morte de Sara. [3] Os herdeiros da promessa são os descendentes de qual desses filhos? Ou será que cada um recebe uma parte da herança? A resposta da Bíblia a essa pergunta é bem clara, como veremos a seguir.

     Quando lemos a Bíblia, uma coisa que chama logo a nossa atenção é o fato de que não estamos diante de um livro de ficção, como o Bhagavad Gita, o livro hindu dos Vedas, o Corão ou o Livro de Mórmon. A Bíblia fala de pessoas reais, lugares reais e acontecimentos reais, que de fato aconteceram no tempo, no espaço e na história da terra. Essa avaliação também se aplica ao Jardim do Éden, ao Dilúvio e à Torre de Babel, sobre os quais aprendemos nos onze primeiros capítulos de Gênesis – mas, não é esse o nosso assunto.

     Como já vimos, a Bíblia está cheia de profecias (ao contrário das escrituras das religiões mundiais, que não tem nenhuma), e estas provam, sem sombra de dúvida, que há um só Deus Todo-Poderoso, infinito em conhecimento, sabedoria, amor e santidade, que criou este Universo. As profecias provam, também, que a Bíblia é Sua Palavra infalível para a humanidade. Portanto, não importa o outros livros digam (sejam eles religiosos ou científicos): se não concordam com a Bíblia, estão errados.

 

     CANAÃ, NÃO “PALESTINA”!

 

     Nos últimos versículos de Gênesis 11, encontramos um homem chamado Abrão. Aos 75 anos, obedecendo a uma instrução de Deus, ele deixa sua terra natal, em Ur dos caldeus, e, pela fé, leva sua mulher, seus servos e seus rebanhos numa longa jornada para uma terra estranha, sobre a qual Deus havia dito: “terra que te mostrarei”. O propósito de Deus (que continua o mesmo até hoje) foi muito além de qualquer coisa que Abrão pudesse imaginar, mas ele acreditou no que Deus tinha dito: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei [...]. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”.  Por ter acreditado implicitamente no que Deus tinha dito, sua fé lhe foi atribuída como justiça.

     Surpresa! A terra para qual Deus levou Abrão não era a “Palestina”! Esse lugar não existia. Também não havia nenhum povo chamado de palestino, nem nação, governo, língua, cultura, religião ou economia palestina. Mas, atualmente, indivíduos que se autodenominam “palestinos” e afirmam ser os descendentes de um povo palestino que viveu durante milhares de anos numa terra chamada Palestina. Essa afirmação é uma completa mentira, mas o mundo aceita e usa essa fraude como fundamento de uma falsa paz que vem tentando impingir a Israel há anos.

     A Palavra de Deus afirma: “Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram [...] Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra [...] Disse o Senhor a Abrão [...] toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre [...] percorre essa terra no seu cumprimento e na sua largura; porque eu ta darei. E Abrão, mudando as sua tendas, foi habitar [...] foi habitar junto a Hebrom; e levantou ali um altar ao Senhor. Naquele mesmo dia, fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates”. Mais adiante, essa região é definida em termos dos povos que viviam ali e que Israel deveria destruir e substituir. Sua extensão é muito maior que a pequena fração que o mundo designou para Israel.

     Abrão estabeleceu-se em Hebrom, na terra de Canaã. Todo mundo sabe que Hebrom e Canaã não ficam perto da Arábia Saudita. Apesar disso, o Corão e o Islã afirmam que Abraão e seu filho primogênito, Ismael, construíram juntos a Caaba, em Meca. Isso é pura invencionice – algo que o Corão está cheio. Por exemplo, o Corão afirma que Noé teve um outro filho que se recusou a entrar na arca e morreu no dilúvio, que Maria, a mãe de Jesus, era irmã de Moisés e deus à luz Jesus debaixo de uma palmeira, que o bezerro de ouro foi feito por um samaritano 700 anos antes que os samaritanos sequer existissem, etc. No entanto, numa cerimônia realizada no Vaticano, em 14 de maio de 1999, o então papa João Paulo II recebeu das mãos de líderes xiitas e sunitas do Iraque um exemplar do Corão e, curvando-se diante dele, o beijou, muito embora ele contradiga a Bíblia, negue a Trindade, negue a divindade de Cristo, diga que Ele não morreu na cruz, e não apresente nenhuma forma justa pela qual Deus possa perdoar os pecados da humanidade. Infelizmente, a verdade é desrespeitada só para pacificar os muçulmanos.

 

     ISMAEL E ISAQUE

 

     À medida que os anos foram passando, Abraão e Sara começaram a duvidar da promessa de Deus de que lhes daria um filho. Certa de que jamais poderia engravidar, Sara disse a Abraão que Deus lhe daria o filho prometido através de Agar, sua serva. Ele aceitou a idéia (embora Deus tivesse lhe prometido que seu filho nasceria de Sara) e Agar deu à luz o primogênito de Abraão, Ismael, quando já fazia dez anos que Abraão morava em Hebrom.

     Há poucas coisas sobre as quais a Bíblia e o Corão concordam inteiramente. Uma delas é o fato de que Deus deu toda a Terra Prometida de Canaã a Abraão e a seus herdeiros. Eles também concordam que o primeiro filho de Abraão foi Ismael, e que Isaque nasceu em seguida. A discordância começa com a insistência do Islã em dizer que os árabes, que afirmam ser descendentes de Ismael, são os herdeiros legítimos da Terra Prometida, enquanto a Bíblia estabelece claramente que os herdeiros legítimos são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. De fato, Deus afirma: “EU SOU [...] o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó [...] este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração”. Como já dissemos no capítulo 1, a Bíblia identifica Deus dessa forma sete vezes. Tanto Jesus quanto Pedro honraram a Deus com esse título. Ele nunca é chamado de Deus de Ismael ou Deus dos árabes – ou de qualquer outro povo, exceto Israel.

     Isso não significa que o Deus da Bíblia, o verdadeiro Deus, não ame e não dê oportunidade de salvação a toda a humanidade. Quanto a isso, não resta dúvida. O que acontece é que o povo judeu pertence a Deus de uma forma ímpar, com cláusulas especiais que se aplicam apenas a eles.

     O Islã afirma que Ismael tinha o direito de herdar a Terra Prometida, pois era o primogênito. Em condições normais, isso seria verdade. Mas Deus havia prometido a Abraão que sua esposa Sara lhe daria um filho que seria seu herdeiro. Ismael não foi o filho da promessa de Deus, mas sim o filho da incredulidade de Abraão e Sara. Apesar disso, Abraão amava Ismael (agora com 13 anos de idade) e disse a Deus que não queria outro filho. Eis a história fascinante que põe fim, com autoridade, a qualquer disputa entre os descendentes de Ismael e os de Isaque, com relação à terra que Deus deu a Abraão e a seus descendentes para sempre:

     “Disse também Deus a Abraão: A Sarai, tua mulher, já não lhe chamarás Sarai, porém Sara. Abençoá-la-ei e dela te darei um filho [...] Então, se prostrou Abraão, rosto em terra, e se riu [...] Disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de ti. Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência. Quanto a Ismael [...] abençoá-lo-ei [...] A minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz”.

     No ano seguinte, quatorze anos depois de Agar ter dado à luz Ismael, Isaque nasceu em Hebrom, fruto da união de Abrão e Sara, sua esposa. Mas Ismael fez pouco de seu meio irmão, Isaque. Indignada, Sara expulsou a ele e a sua mãe da terra que Deus tinha dado a Abraão e a seus herdeiros. Daquele dia em diante, Ismael deixou de pertencer à família de Abraão e foi morar bem longe, “no deserto de Parã”.

     O fato de que Isaque, milagrosamente nascido de Abraão e Sara, ser o único através de quem as promessas de Deus relativas à terra e ao Messias iriam se cumprir, e de que Ismael não era o filho cujos descendentes possuiriam a Terra Prometida, está dito de forma tão clara na Bíblia e é repetido tantas vezes que é impossível, em sã consciência, discutir essa questão. Contudo, os árabes, que afirmam ser descendentes de Ismael, reivindicam para si as promessas feitas por Deus a Isaque e, através dele, aos judeus. A alegação do Islã, de que Ismael era o filho da promessa, não só contradiz a Escritura como, contrariando a lógica e a razão, dá a precedência ao filho ilegítimo, em detrimento do legítimo que foi designado por Deus para ser o verdadeiro herdeiro.