O EGITO

 

I-      O Nome. O Termo Egito vem do nome grego desse país, Aigyptos, que parece ser uma transliteração do egípcio H(wt)-k'Pt(h). Essa palavra era pronunciada como ha-ku-ptah, conforme se vê nas cartas de Tell el-Amarna, de cerca de 1360 a.C., onde encontramos hikuptah. Esse era um dos nomes dados à cidade de Mênfis, que, na antiguidade, foi capital do Egito. Estava localizada na margem ocidental do rio Nilo, imediatamente acima de Cairo. Esta última, finalmente, tornou-se mais importante das duas. Este nome veio a ser usado para indicar o país inteiro. Atualmente, o Cairo e o Egito são ambos referidos pela palavra  egípcia Misr.

        Kemet era o nome que os próprios egípcios  usavam, na antiguidade, para aludir à sua terra. Essa palavra significa "terra negra", o que fala sobre as águas de coloração escura do Nilo, que espraiam ao longo do seu curso, em contraste com a areia avermelhada do deserto. Um outro nome antigo era Touí, que significa, referindo-se à comum divisão do Egito em Alto Egito e Baixo Egito. O antigo nome hebraico que aparece no Antigo Testamento, como designação do Egito, é Mysrayim, uma forma dual que aparentemente refere-se à antiga dupla divisão do território egípcio. Essa palavra é confirmada desde tempos tão remotos quanto o século XIV A.C., sob a forma de msrm, nos textos ugaríticos (cananeus do norte). Nos textos assiriobabilônios de cerca de 1000 A.C., encontramos a forma variante musri. Essa palavra parece significar, podendo ser usada para indicar qualquer país fronteiriço, embora muitos estudiosos rejeitem esse sentido e prefiram  a ideia de dualidade, que já mencionamos.

        II. Geografia e Topografia

        1. O Egito moderno é uma república norte-africana, que, de 1958 a 1961 fez parte da República Árabe Unida, em união com a Síria. Em 1961 a Síria separou-se da aliança, embora o título República Árabe Unida tenha sido retido pelo Egito como sua designação oficial. Jaz na porção nordeste da África e inclui a adjacente península do Sinai, que já fica no continente asiático. Limita-se ao norte pelo mar Mediterrâneo, a nordeste por Israel, a leste pelo mar Vermelho, ao sul pelo Sudão e a oeste pela Líbia. Tem um total de cerca de 1.000.000 km(2), dos quais somente cerca de 36.000 km(2) são cultiváveis e povoados. 

        2. O Antigo Egito. Duas divisões podem ser especificadas como representações essenciais do antigo Egito: a. uma estreita faixa de terra que acompanha ambas as margens do rio Nilo, desde Mênfis (Cairo) até à primeira catarata (644 km). b. o Delta, assim chamado por causa de sua configuração como a letra grega desse nome. Essa área fica entre o mar Mediterrâneo e a cidade do Cairo, com cerca de 200 km de norte a sul e com cerca de 185 km de leste a oeste. A faixa estreita veio a ser conhecida pelo nome de Alto Egito e o Delta veio ser conhecido como Baixo Egito.

        3. O Alto Egito. A faixa estreita, ou seja, o vale do rio Nilo, está limitada de ambos os lados por colinas de pedra calcária, ao norte e de arenito ao sul de Esna, ou seja, cerca de 530 km ao sul do Cairo. Essa faixa tem apenas cerca de dezenove quilômetros e meio de largura, na média, embora algumas vezes se estreite a algumas poucas centenas de metros, como sucede em Gebel Silsileh.

        4. O Baixo Egito. Cerca de dezenove quilômetros ao norte do Cairo, o Nilo didvide-se em dois braços principais. O braço norte avança para o mar, na direção de Rosetta. O braço leste vai na direção de Damietta, cerca de 145 km distante. Do Cairo até o mar há somente cerca de 160 km. Entre os dois braços do Nilo há um delta pantanoso, composto de depósitos sedimentares que se têm acumulado através dos milênios. Heródoto disse que o Nilo tinha sete bocas que desaguavam  no mar, mas os próprios egípcios identificaram apenas três. As duas áreas, o Alto e o Baixo Egito, nem sempre formaram um único pais, mas, finalmente, tornaram-se unidos sob um único monarca, desde milênios antes de Cristo.

       5. O Rio Nilo. Esse é um dos maiores rios do mundo em extensão, com total de 5.607 km. Somente há poucos anos, exploradores descobriram as verdadeiras nescentes do Amazonas, dando a este último a honra de ser não somente o mais volumoso rio do mundo, mas também o mais longo, com um total de mais de 6 mil quilômetros. Seja como for, o rio Nilo é o mais longo e importante rio do continente africano. É formado pela união do Nilo Branco, que nasce em Uganda, e do Nilo Azul, que nasce na Etiópia. Sua largura varia de entre 1.100 m a 16 km, sendo muito mais estreito no sul do que no norte. A partir de 3.000 A.C., a sendimentação tem enchido cerca de 8 km mar adentro. As originais sete desmbocaduras foram todas entupidas, excetuando as de Rosetta e Amietta.

       As Três Grandes Épocas da História Egípcia Foram:

        O Reino Antigo: Dinastias 3 a 6. Época de contrução das pirâmides. Colocado mais comumente cerca de 2.650 até 2.200 a.C.

      O Reino Médio: Dinastias 11 e 12. Época de construção de canais. Período de grande prosperidade. Cerca de 2.134-1.786 a.C. tempo de Abraão.

      O Império: Dinastias 18 e 19. 1.570-1.214 a.C. Primeiro Império Mundial, que se estendia da Etiópia ao Eufrates. Época de permanência de Israel no Egito.

       A Cronologia Egípcia é razoavelmente fixada a partir de 1.600 a.C.; além daí é muito incerta. Assim, Menés, primwiro rei histórico, é posto pelos egiptólogos em datas diferentes, como segue: Petrie, 5.500 a.C.; Brugsch, 4.500; Lepsus, 3.900; Bunsen, 3.600; Breasted, 3.400; Meyer, 3.300; Scharff, 3000; Poole, 2.700; G. Rawlinson, 2.450; Wilkinson, 2.320; Scharpe, 2000. Vê-se, pois, que Petrie e Breasted, dois dos mais famosos egiptólogos, divergem em mais de 2.000 anos quanto ao ponto inicial da história egípcia. Os dois ainda divergem em 1.000 anos sobre a data das pirâmides, e em 700 anos sobre o período do hicsos. A tendência moderna é de baixar as datas tanto da cronologia egípcia como da babilônia, colocando-se as grandes pirâmides desde 2.650 a.C.

      

     

     

 

    

 

GRÉCIA

 

          A Religião Grega Clássica floresceu durante o apogeu da Pólis, a Cidade-Estado Grega, no período entre 800 e 300 a.C., aproximadamente (o que é muito provável, pois a conquista de Alexandre, o Grande na terra do Egito, o que deu origem à Dinastia Helenística, aconteceu em 331 a.C., o que prova o grande desenvolvimento dos Gregos neste período e no anterior a ele). Suas origens, contudo, são mais remotas, vêm desde de 1950 a.C., quando os indo-europeus começaram a chegar à região que mais tarde seria a Grécia. Os Gregos são um Povo Indo-Europeu. Os primeiros foram os Jônios; permaneceram ali sozinhos até meados de 1580 a.C., quando chegaram Aqueus e Eólios. A última corrente Indo-européia a estabelecer-se na região foi a dos Dórios, a partir de 1200 a.C.. Os desdobramentos precisos permanecem obscuros, pois resta pouca Literatura ou evidência arqueológica, como pinturas em vasos, anteriores a 700 a.C.. No entanto, a decifração da primeira escrita grega contribuiu nas últimas décadas possibilitaram notável avanço sobre a Civilização Grega do período compreendido entre 1950 e 800 a.C.. A primeira Civilização Grega era denominada Micênica, que vai até cerca de 1100 a.C.; de 1100 até 800 a.C. é o chamado período Homérico; de 800 até 500 a.C. as Pólis (que já existiam) se desenvolveram e amadureceram, destacando-se entre elas Esparta e Atenas; A realeza (proveniente das Monarquias anteriores) converteu-se em pura Magistratura, dando logo lugar à ascensão da Aristocracias; de 500 até 338 a.C., temos o período Clássico, quando as Cidades-Estados atingiram o pleno apogeu  e a democracia Ateniense chegaou ao máximo de esplendor.

          Homero também foi profundo colaborador para o conhecimento da Época Micênica e Homérica, e delas teríamos outra impressão sem os poemas épicos reunidos na Ilíadas e na Odisséia. Há quem diga que tais poemas tinham, para os Gregos, a mesma importância que a Bíblia teve para a Civilização Ocidental. A narrativa reúne elementos reais e fantásticos, imaginários e Históricos, deuses e seres mortais. Revela, por isso, muito daquilo que nos interessa, muito da cultura daquele tempo. A Ilíada narra as aventuras de Aquiles nos últimos anos da guerra dos Gregos contra os Troianos; destaca valores como a honra, a bravura, a fidelidade, a moral. Na Odisséia são narradas as aventuras de Ulisses na sua volta para casa, após o fim da guerra. O poema é muito rico em informações sobre o dia-a-dia dos Gregos no período Homérico.

          Em 338 a.C., Filipe II, rei da Macedônia, invadiu a Grécia e pôs fim à independência das Cidades Gregas, dando ao período conhecido como Helenístico. O momento de crepúsculo da Grécia começou por causa de guerras fratricidas que enfraqueceram o Império Grego; havia um agressivo expansionismo Ateniense e uma inquietação Espartana. A autodestruição da Grécia começou quando Atenas entrou em conflito com Corinto, aliada de Esparta, e deu-se o início da guerra do Peloponeso (431-401 a.C.). Quando Péricles, importante governante de Atenas morreu, a guerra tomou um rumo inesperado, e Atenas perdeu. Mas a vitória de Esparta não trouxe paz à Grécia. Contra ela ergueu-se uma nova potência, a cidade de Tebas, que apesar de tudo não se saiu melhor. Dessa vez, Atenas e Esparta uniram-se contra ela, mas o resultado foi o esfacelamento da Grécia e sua conquista pela Macedônia.

          Com a morte de Filipe II, subiu ao trono seu filho Alexandre, o Grande, em 336 a.C.. Foi ele que formou um vasto Império Universal. Começou com o esmagamento de diversas revoltas na Grécia; em 334 a.C., Alexandre começou sua campanha contra a Pérsia, e ao longo de 5 anos anexou ao seu domínio a Mesopotâmia e o Egito, chegando a Índia em 325 a.C.. Seu sonho era a realização de um Império Universal, mas morreu aos 33 anos, na Babilônia. Construído durante um breve reinado de 13 anos, o Império de Alexandre, o Grande, pode ser comparado ao Persa e ao Romano, que, no entanto, formaram-se ao longo de Gerações. Nos territórios Orientais, Alexandre fundou quase 70 cidades, muitas das quais foram batizadas com o nome de Alexandria. Mas a mais famosa Alexandria é a do Egito. Fundadas com o bjetivo de abrigar tropas, essas cidades transformaram-se em importantes centros de difusão da Cultura Grega, fenômeno conhecido como Helenismo - a difusão da Cultura Grega no Oriente.

          Apesar dos conflitos políticos, a Religião Grega em si somente chegou ao fim de vez em 393 d.C., quando o Imperador Romano Teodósio proibiu todos os Cultos Pagãos. E a morte de Alexandre (só para que você conheça o final da história... e faça conexões aí em sua cabeça (grande ou pequena), unindo tudo que já citei até agora) fez com que esse grande Império não sobrevivesse, mas partiu-se em três Reinos independentes, cada qual tendo à frente um Militar que servira sob as ordens de Alexandre: o Reino da Macedônia, sob Antígono; o Reino do Egito, sob Ptolomeu; e a Mesopotâmia, sob Seleuco.

          Mas, e a Religião Grega?...

          Na sua forma mais clássica, a Religião Grega significa cultuar 12 divindades cujo lar era o Monte Olimpo - assim como 12 também são os Signos do Zodíaco.  Zeus (ou Júpiter) era o Líder Supremo e cada divindade possuía diferentes atributos. Na realidade, entretanto, a coisa era muito mais complexa porque havia milhares de deuses locais, de menor  importância, alguns identifcados com os deuses do Olimpo mas com "moradias dintintas": na terra, nas águas ou embaixo do Mundo. Sugestivo! Claro que essa quantidade enorme de divindades é, mais uma vez, fruto de sincretismo. Um indivíduo poderia cultuar quantas divindades quisesse, e quaisquer dentre  todas,  desde que reconhecesse  os deuses do Olimpo. Aliás, essas 12 divindades são as mais sugestivas, não só pela posição especial que oculpam, como também pelo seu número.

          Vemos que existe uma clara hierarquia! E que diferentes lugares eram como que "morada" de determinadas Entidades. Além das características de caráter,  ou principal forma de agir, nota-se a questão territorialista dos deuses gregos. As Pólis tinham vários traços em comum, mas muitas particularidades que se destacavam, por isso essa tendência de "rivalizar" umas com as outras, em todos os campos.

          Havia uma distinção muito clara entre os homens livres e escravos, e nisso se deu o estopim para a emancipação intelectual Grega. Da generalização do trabalho escravo houve uma repercussão que podia ser notada na formulação do conceito de Liberdade em oposição ao conceito de Escravidão. A Escravidão na Grécia e em Roma não era um mero acidente, fruto da necessidade de defender seus territórios, mas um mecanismo de reposição e espansão plenamente integrados na lógica do funcionamento da Sociedade.

          Nos Séculos VI e V a.C., Atenas experimentou e realizou diversos programas de construção, e as Pólis e os deuses se tornaram indissoluvelmente unidos através dos muitos e belos Templos construídos na Acrópole (parte alta da cidade de Atenas). Isso fazia parte da mentalidade Grega! Entenda,  porém, um pouquinho mais da mentalidade Grega... quando os Gregos se referiam a uma Pólis, não tinham em mente apenas o território. Ao dizer "Atenas", estavam se referindo ao mesmo tempo aos Atenienses e ao seu Governo; portanto, a Pólis não era um lugar geográfico, mas um espaço político! A adoção de Leis escritas válidas para todos, como aconteceu em Atenas (621 a.C.), assinalou o declínio das formas aristocráticas de governo e paulatinamente a autoridade  de um grande conjunto de Nobres foi sendo substituída por um conjunto de Leis.

          Mas voltemos aos deuses gregos: eles tinham uma particularidade muito interessante: eram ciumentos e imprevisíveis, o que levava o povo a oferecer sacrifícios às divindades. Normalmente realizado no interior de um Templo, e geralmente oferendas de animais previamente selecionados. Mas era necessário que o cerimonial todo fosse seguido debaixo de regras escritas e perfeitamente realizadas para que a oferenda e o sacrifício fossem aceitos  e tivesse efeito.

          O lado privado da Religião também era importante. Nos lares, uma taça de vinho nunca poderia ser bebida sem antes se derramar um pouco para o determinado deus que fosse cultuado ali naquela casa. Muitas casas possuíam santuários à deusa dos lares, Héstia. (...)......

 

          ROMA

         

          1. Origens. No segundo milênio a.C., quando de grandes migrações de povos, os tribos indo-européias que formavam grande parte do padrão étnico da Europa, até os nossos dias, foram se infiltrando nas península ibérica, itália e grega, por ondas sucessivas. Uma dessas ondas envolveu algumas tribos, - que deixaram um grupo à boca do Tibre e foram fundar povoados mais ao sul, na ilha da Sicília. Uma outra onda envolveu o grupo do Tibre, composta por tribos que falavam o umbriano e o osco. Na metade da península da itália já havia uma raça proveniente da Ásia Menos, os etruscos, cujo nome sbrevive na moderna Toscana. Os etruscos eram mais altamente civilizados que os recém-chegados.     

          2. Cidade fundada. Mais ou menos no centro da bota italiana, entre o norte e o sul, a pouca distância do mar Tirreno, Rômulo e Remo fundaram a cidade de Roma. a data tradicional é de 753 a.C., mas sabe-se, atualmente, que já havia um povoado  ali desde, pelo menos, 1000 a.C. A antiga cidade não ficava às margens do rio Tibre, e, sim, nas faldas  das elevações, as chamadas colinas. As construções foram sendo feitas em nível cada vez mais baixo, até chegarem às margens do rio. 

          A história de Roma, quanto mais se retrocede no tempo, mais se perde em meras lendas, que não podem ser substituidas  por dados mais concretos, por mais que os estudiosos investiguem. Os gêmeos Rômulo e Remo, filhos da vestal Rea e do deus da guerra, Marte, neto do rei de Alba, Numitor, milagrosamente salvos do rio Tibre, onde haviam sido atirados, e, então, amamentados por uma loba, sem dúvidas são figuras lendárias. Igualmente lendária é a história do fundador do Lácio, Enéias. Este ter-se-ia salvo de Tróia fumegante, - transportando aos ombros seu idoso pai e os penates, ou deuses domésticos.

          Situada na Planície do Lácio, às margens do Rio Tibre e próxima ao Litoral do Mar Tirreno, a cidade de Roma iniciou-se a partir da fusão de dois povos: os Latinos e os Sabinos (Povos da região da futura Itália, dentre outros como os Vestinos, os Volscos, Équos, Marsos, Auruncos, Etruscos etc...).

          Inicialmente, era uma aldeia pequena e pobre (nossa, quem diria, hein?!). Conquistada pelos Etruscos, os vizinhos do Norte, esses acabaram prestando bom serviço, pois fizeram de Roma uma cidade de verdade. Os Romanos também eram vizinhos dos Gregos, que moravam ao Sul, e seguiam em direção à Ásia. Dos Etruscos e Gregos, os Romanos receberam muitas influências e com base  nelas ergueram sua própria Civilização. Como os Gregos, os Romanos iniciaram sua Sociedade baseada na Monarquia (753-509 a.C.), experimentaram a República (50 - 27 a.C.) e terminaram seus dias sob o domínio de um Império Universal Despótico regido pelos Césares (27 a.C. - 476 d.C.). Esse período do Império é costumeiramente dividido em Alto Império (27 a.C. - 235 d.C.) e Baixo Império (235 - 476 d.C.).

          - Antes de falarmos exatamente da Religião Romana, vamos aproveitar o ensejo desse momento e fazer um gancho para entender melhor a formação e estruturação do Império Romano. Isso nos será de grande valia para compreender o contexto da vida de Jesus e do Apóstolo Paulo (de quem falaremos mais tarde), e também da Igreja Católica Apostólica Romana.

          Desde o tempo da Monarquia, Roma estava dividida entre patrícios e plebeus. O que distinguia a ambos era a gens - somente os Patrícios pertenciam às gentes (plural de gens). Uma gens congregava os indivíduos que descendiam, pela linhagem masculina, de um ancestral comum. O nome dos Patrícios, portanto, era composto de três elementos: o prenome, o nome da gens (gentílico) e o cognome ou designação especial, uma espécie de apelido. Por exemplo: Lúcio Cornélio Silva, Caio Júlio César... ou seja, Lúcio era da gens Cornélia; Caio era da gens Júlia.

          Os que não pertenciam a nenhuma gens eram plebeus, e, portanto, estavam excluídos da vida política. Sem direitos políticos, eram considerados cidadãos de segunda classe. Mesmo assim, isso não era sinônimo de servidão ou de pobreza, pois Roma também tinha seu sistema de escravatura. A desigualdade entre patrícios e plebeus tinham se aprofunado muito, e o intuito do Rei não era exatamente favorecer os plebeus, mas fortalecer o Poder Monárquico: a formação de uma classe plebéia vigorosa tinha por objetivo neutralizar o poder dos patrícios, ou, pelo menos, diminuí-lo.

          Assim iniciou-se a República Romana. Algumas modificações de poder foram feitas, mas o Senado e os Comícios das Tribos (Curiatos) e Centuriato permaneceram como estavam. Mas o poder antes exercido pelo rei Etrusco foi dividido entre dois Cônsules (que se tornou a Magistratura), os quais ficavam apenas um ano no cargo. Desse modo, os patrícios eliminavam o risco de um retorno à Monarquia. ..........

 

         

 

 

A TERRA,  O MUNDO E SEUS HABITANTES

 

 

             A. Uso. Antes de tudo, devemos notar que o hebraico bíblico não dispunha de qualquer vocábulo para denotar a ideia de no pleno sentido moderno do termo. Antes, para indicar essa ideia,  aparecem no Antigo Testamento expressões familiares como (Gn 1.1), (Ex 20.11), etc. Nos escritos dos profetas também encontramos palavras como Is 44.24 e Jr 10.16). Também encontramos uma expressão como tudo quanto sucede debaixo do céu (Ec 1.13), para indicar o mundo.

            As palavras hebraicas traduzidas em nossa versão portuguesa por têm um sentido restritivo, ou espacialmente falando (a terra e os seus habitantes), ou temporalmente falando (a duração das coisas, alguma era  ou período de tempo).

            B. Criação. Mas, embora o hebraico não conte, na Bíblia, com um vocábulo para indicar , ainda assim o Antigo Testamento exprime  plenamente a ideia da unidade de todas as coisas (Gn 1.1). Foi Deus quem criou todas as coisas. O grande e único propósito divino dirige o curso que deve ser seguido por todas as coisas criadas e por todas as criaturas, estas últimas, até o seu destino. Deus governa igualmente a todas as coisas, na natureza e na história (Is 40 ss). Portanto, do ponto de vista da Bíblia, o mundo não constitui uma unidade autônoma, capaz de dirigir-se por si mesma.

            C. O Mundo. Dentro da criação, segundo a concepção da Bíblia, o globo terrestre ocupa um lugar proeminente, mormente na terra em distinção ao mar (ver Gn 1.10). No entanto, a terra reveste-se assim, de grande importância, primariamente em função de seus habitantes, as nações ou povos. Is 34.1,2. < Porque assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada...> (Is 45.18).

            D. A Humanidade. No trecho de Romanos 4.13, o sentido da palavra , como o lugar onde habita a raça humana, mescla-se com o sentido da raça que no mundo habita. Esse uso pode ser encontrado tanto no original hebraico do Antigo Testamento quanto no aramaico, como também na Septuaginta e no grego koiné.

           E. Os Crentes e o mundo. A compreenção teológica sobre o mundo é que determina a relação entre os crentes e o mundo. Essa relação poderia ser sumariada por meio de três teses: os crentes continuam a viver no mundo (kosmos); eles não pertencem ao mundo (kosmos); eles são enviados a pregar no mundo (kosmos).

            Os crentes continuam a viver no mundo. Este mundo continua sendo o palco onde se agitam  tanto a vida humana pecaminosa quanto a vida e o ministério cristãos. Conforme explicou Paulo, os crentes não podem abandonar fisicamente ao mundo (I Co 5.10). Eles precisam cuidar de sua própria sobrevivência (ICo 7.32 ss). Não podem deixar de manter certas relações com este mundo (ICo 7.31). E o Apóstolo João nos expõe o mesmo ensinamento (Jo 17.11). ( incompleto, prossegue...)

 

AS ERAS PRIMITIVAS DA TERRA

 

O poeta Hesíodo (talvez, por volta de 900 a.C.) nos diz que a primeira coisa a existir foi o Caos, que, segundo sua etmologia, era "o receptáculo aberto e vazio para a matéria criada". Entretanto, a palavra logo perdeu seu significado estrito e foi usado para designar a massa de material rude e sem forma, da qual os céus e a terra foram formados, segundo a suposição.

        Ovídio assim a descreve: "Havia apenas uma aparência de natureza através de todo o mundo: a isto eles chamaram de Caos; uma massa disforme e confusa". Em sua obra Os Fastos, Jano, que se identifica com o Caos, fale assim:

"Os antigos me chamavam de Caos, pois sou um ser primitivo. Observe que os eventos que contarei novamente são de tempos bem  remotos! Essa atmosfera, cheia de luz, e os três elementos restantes, fogo, água, e terra, eram um amontoado confuso. Logo que essa massa foi seoarada,  por m eio do conflito das suas partes componentes, dissolvida, passou a novas posições, e a chama subiu; a terra e o mar fixaram-se no fundo. Então, eu, que havia sido apenas uma massa volumosa e sem forma, passei a ter forma e mombros dignos de um deus".  

        O Caos foi a primeira coisa que existiu, e a sucessão passageira de deuses veio subsequentemente à existência. Essa doutrina antiga foi amplamente divulgada, como era na época de nosso Senhor, segundo a cosmogonia da Grécia e a de Roma, não falhou em influenciar os verdadeiros e falsos cristãos. Dentre os falsos, estava a importante seita dos gnósticos, que acreditavam na eterna intrínseca malignidade da matéria; mas, de modo diferente dos pagãos, ensinava que o Ser Supremo também existia desde a eternidade. Os cristãos ortodoxos escaparam totalmente do erro maior, mas, não obstante, deram testemunho claro da influência da crença popular, no tocante à interpretação deles, para o capítulo inicial de Gênesis.

        O ponto de vista destes cristãos alcançou nossos dias, o que, no entanto, não parece ser provado pelas Escrituras, como logo, iremos ver, e o ardil da Serpente pode ser detectado em seus resultados. Quão grande disputa ele provocou entre a igreja e o mundo! Como ficamos perplexos ao comtemplar a terra escurecida  com a sombra da dor e da morte eras antes antes do pecado de Adão! Quantas mentes jovens foram desviadas pela absoluta impossibilidade de defender aquilo que lhes foi ensinado com respeito às declarações bíblicas! Vamos para o registro mosaico e esforcemo-nos para obter seu significado claro e óbvio. "No princípio", lemos, Deus criou os céus e a terra" (Gn 1.1). O princípio se refere, naturalmente, à primeira existência daquilo com que a História se preocupa; os céus e a terra. Por isso, a expressão, neste caso, tem um sentido bastante diferente daquele encontrado no primeiro versículo de João. Aqui, em gênesis, ele é usado para designar o início dos tempos, mas, lá, em João, refere-se as incotáveis eras da eternidade antes que o tempo existisse. 

       O terceiro versículo de João, "todas as coisas foram feitas por intermédio Dela", leva-nos ao período do primeiro versículo de Gênesis, no qual é colocado, de uma vez, um fim à especulação com respeito à eternidade da matéria, pois Deus era antes das coisas que são vistas e, por Sua vontade  suprema, chamou-as existência. A natureza é apenas uma de Suas muitas criaturas, uma das obras de Suas mãos: seus anos podem ser contados, e o dia do seu nascimento é conhecido. Porém, de eternidade em eternidade, somente Ele é Deus. As teorias do desenvolvimento, tão populares em nossos dias, unidas, como invariavelmente acontece, com mais ou menos ceticismo, indicam a inclinação natural da mente humana para este ponto, e o poeta-filósofo Lucrécio foi um representante disso quando declarou que o primeiro princípio da natureza é: " O nada jamais é tirado do nada pelo poder Divino" (De Natura Rerum. i. 150).

        Existe, portanto,  dois atos de criação mencionados na história dos seis dias. Primeiro: está escrito que Deus criou os habitantes das águas e as aves do céu, porque estes não consistem apenas na formação do seu corpo, mas têm um princípio de vida interior que só poderia ser concedido por um ato direto de criação (Gn 1.21). Aqui, a mudança da palavra é bastante compreensível. Da mesma forma, diz-se que o homem foi criado, embora o capítulo segundo diga claramente que seu corpo foi formado do pó (1.27; 2.7). No registro detalhado da origem do homem, uma terceira palavra é usada para significar a formação do seu corpo: yatzar. Seu sentido é "dar forma , moldar", como o oleiro faz com o barro (2.7). Uma passagem de Isaías ilustra muito bem o significado e a ligação destes três verbos: "Criei para Minha glória, e formei, e fiz" Is 43.7). ( incompleto, prossegue)...

 

O DILÚVIO DE NOÉ

 

       Esboço:

 

       I. A Pré-História e Antigos Relatos do Dilúvio.

      II. Provas arqueológicas, Geológicas, Zoológicas e Botânicas de Mudanças dos Pólos e de Dilúvios.

     III. A Narrativa Bíblica e o Registro Mesopotâmico.

     IV. Um Dilúvio Universal ou Parcial?.

      V. Data do Dilúvio de Noé.

     VI. A Próxima Mudança dos Pólos - Um Desastre Mundial.

   

       I. A Pré-História e Antigos Relatos do Dilúvio

       Muitas vezes a verdade é mais difícil de ser descoberta do que alguns gostariam que acreditássemos. A verdade geralmente requer longa pesquisa, com subsequentes comparações, combinações e separações de ítens obtidos na pesquisa. A verdade sobre o dilúvio de Noé cabe dentro dessa categoria. Há muitas evidências de um grande cataclismo que envolveu um imenso dilúvio. Mas o problema não é assim tão simples. Pois há provas de muitos eventos dessa ordem, pelo que concluímos que um deles pode ser identificado com o dilúvio de Noé. Ademais, distinguir que evidências se ajustam àquele evento, e quais testificam sobre acontecimentos similares, em diferentes épocas, não é tarefa fácil. 

       Mesmo quando abordam somente  os informes bíblicos, com base em evidências geológicas e arqueológicas, os eruditos não concordam quanto à data desse dilúvio, pensando em qualquer tempo entre 4000 e 10000 a.C. A verdeira data, pois, está perdida em algum ponto da pré-história.

       1. Mudança dos Pólos. O historiador grego, Heródoto, relata seu diálogo com sacerdotes egípcios do século V a.C. Ele ficou admirado que os registros deles afirmassem que dentro do período histórico, e desde que o Egito tornara-se um reino, por quatro vezes o sol girara na direção contrária ao costumeiro. Diversos papiros egípcios falam sobre como a terra virou de cabeça para baixo, quando o sul tornou-se norte, e vice-versa. O diálogo de Platão, Estadista, conta a mesma história sobre a mudança na direção do raiar e do por-do-sol. Platão garante que quando isso ocorreu, houve grande destruição da vida animal, que somente uma pequena porção da raça humana sobreviveu. Essas referências literárias são indicações claras de que, por mais de uma vez, os pólos da terra mudaram de posição. Alguns estudiosos afirmam que as reversões magnéticas das rochas indicam que os pólos já mudaram  nada menos de quatrocentas vezes.

       Considerando a cronologia bíblica, alguns têm calculado que a história de Adão emergiu depois da penúltima dessas ocorrências e que a de Noé coincide com o último desses cataclismos. Datar esses acontecimentos, porém, é muito precário; mas, se essas narrativas são autênticas, então, tanto Adão quanto Noé representam novos começos, e não começos absolutos. Isso posto, é correto falarmos em raças humanas pré-adâmicas, cujas histórias estão essencialmente perdidas para nós, excetuando alguma ocasional suposta descoberta arqueológica não-cronológica, que não se ajusta ao período da raça adâmica.

       Se os pólos costumam mudar de posição, com o consequente deslizamento da crosta terrestre, é óbvio que há imensos dilúvios, com ondas de até um quilômetro de altura e ventos que chegam a mil quilômetros por hora. Isso corresponderia a um grande cataclismo como aquele descrito na Bíblia, em torno de Noé. As fontes do abismo se rompem, os oceanos mudam de lugar. Não seria, talvez, um acontecimento absolutamente universa, mas seria imenso.

       2. Muitos Dilúvios? Antigas Histórias de Dilúvios. Penso que o que dizemos abaixo ilustra adequadamente o fato de que quando examinamos o passado remoto, não encontramos apenas um grande dilúvio. Houve diversos dilúvios, com a subsequente mistura de evidências. Os sacerdotes egípcios zobaram de Heródoto, afirmando que os gregos eram apenas crianças, porqunto conheciam apenas um grande dilúvio. Os registros egípcios registram vários dilúvios. As pessoas que examinam somente a Bíblia, e que relutam em extrair informações de outras fontes, tem uma visão muito simples da pré-história. De fato, nem têm qualquer pré-história, por suporem que os poucos e breves capítulos da porção inicial de Gênesis pretendem narrar-nos, em forma de esboço, tudo quanto já aconteceu neste mundo. Portanto, os hebreus, tal como os gregos, tinham apenas um relato sobre o dilúvio. Mas, se Gênesis 6-9 nos dão detalhes de um desses grandes cataclismos, outros registros antigos, bem como os registros geológicos, asseguram que já houve muitos de tais acontecimentos. Quando os seguimos, vemos claramente que não estamos tratando de uma única época, ou de um único evento. Portanto, é inútil afirmar que todos eles são apenas cópias do relato bíblico. Antes, a narrativa bíblica destaca um único desses desastres. Muitos deles o antecederam.

       A ciência diz-nos que os dinossauros viveram há milhões de anos passados. Ocasionalmente, porém, encontra-se ossos humanos mesclados com ossos de dinossauros. Então as pessoas concluem: "Os dinossauros não foram animais que viveram há milhões de anos!" Porém, essa observação ignora alguns fatos importantes: 1. Usualmente, nas áreas onde são achados restos de dinossauros, não há qualquer vestígio humano. 2. Quando esses vestígios humanos são encontrados, há uma explicação simples para isso. Os grandes cataclismos, ao rearranjarem a crosta terrestre, naturalmente misturaram as épocas, em alguns lugares, embora, em outros lugares, as camadas preservem corretamente suas respectivas épocas. 3. Os modos de datar projetam, definidamentew, tanto remanescentes humanos quanto remanescentes animais - muito antes - de qualquer cronologia que possa ser extraída do livro de Gênesis.

       II. Provas Arqueológicas, Geológicas, Zoológicas e Botânicas de Mudanças dos Pólos e de Dilúvios.

       1. Depósitos de Sedimentos. Muito material arqueológico tem ficado registrado sobre esses depósitos. Sir Leonard Wolley, no seu livro, Ur of the Chaldees (1929) despertou muito interesse. Ele descobriu um depósito feito pela água, com data de cerca do quarto milênio a.C., que ele tomou como evidência conclusiva em prol do dilúvio de Noé. Porém, em somente dois dos cinco buracos que ele escavou, foi encontrada a sua presumida camada do dilúvio. Isso poderia sugerir um dilúvio local, que não cobriu a área inteira adjacente a Ur. Outras cidades, nos vales dos rios da Mesopotâmia, especialmente Quis, Fará e Nínive, também exibem camadas do dilúvio, embora não pareçam ser pertecentes à mesma época, pelo que mais de um dilúvio local deve estar em pauta.

       Há também muitas provas de mudanças de pólos que, naturalmente, poderiam incluir gigantescas inundações. Terraços de seixos mstram que antigamente houve oceanos onde hoje há terras imersas. Sabe-se que a totalidade do território dos Estados Unidos da América já foi o leito do oceano, embora não todo ao mesmo tempo. Os oceanos tem surgido e desaparecido em vários lugares ao redor do globo, em passado remoto, que não mais podemos acompanhar com facilidade. Cataclismos, sem dúvida alguma, tem envolvido o aparecimento e o desaparecimento dessas grandes massas de água.

       Os restos de mamutes, rinocerontes, cavalos, cabras, bisões, leões e outros animais, em regiões que agora são árticas, perenemente recobertas de gelo, mostram que, em outras épocas, aquelas porções do globo eram próprias para servir de hatitat para animais de sangue quente, indicando tremendas transformações no cliama dessas regiões. Parece que alguns mamutes, por exemplo, foram congelados instantaneamente. O ato de cair num buraco de gelo, não explica como foram preservados tão perfeitamente. Somente um súbito congelamento desses animais pode explicar porque eles não se putrefizeram, ainda com alimentos não digeridos em seus estômagos. Focas encontradas no mar Cáspio e no lago Baical, na Sibéria, são idênticas às que hoje pululam  nas águas do Alasca. Têm sido encontradas árvores totalmente congeladas, com folhas e frutas! Nenhum processo gradual poderia ter feito isso, nenhuma árvore frutífera medra atualmente no ártico. No parque Yellowstone, nos Estados Unidos da América, uma montanha pesquisada mostrou contar com dezessete camadas de árvores petrificadas, ainda de pé.

    III. A Narrativa Bíblica e o Registro Mesopotâmico.   

       Temos dado provas da declaração de que os registros bíblicos apresentam uma das tradições acerca do dilúvio, e que há outras narrativas que não se derivaram da mesma. Muitas outras histórias refletem condições locais, e não aquelas refletidas pelo relato mesopotâmico. No Irã, o alto deus instruiu Yima a construir um ambiente cercado por muralhas, para salvar as pessoas boas.

       É possível que em diversos lugares do mundo, onde as águas atingiram níveis de inundação, que diferentes modos de proteção fossem adequados para salvar algumas pessoas. Também é possível que Deus salvou outras pessoas, tal como salvou a Noé e seus familiares, mediante informações dadas por profetas e homens santos. Os propósitos de Deus sempre são maiores e mais vastos que nossos sistemas teológicos permitem. Seja como for, é significativo que a maior parte das histórias sobre dilúvios relaciona-se à corrupção moral dos homens.

       O relato bíblico salienta a corrupção dos valores morais, pelos homens, como a razão do dilúvio. É interessante que os animais também fossem objeto da ira de Deus (Gn 6.7), o que poderia dar a entender alguma forma de moralidade e responsabilidade animal, conforme se vê na região hindu. Contudo, estou apenas especulando quanto a esse ponto. O versículo doze do sexto capítulo de Gênesis afirma que "todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra", o que paece dar a entender que os animais irracionais, e não somente os homens, no parecer do autor sagrado, são capazes de errar. Por essa razão foi toda carne foi objeto do decreto divino. O homem, por pior de todos os animais, havia espalhado a violência por toda parte (vs.11), e seus processos de pensamentos haviam se tornado totalmente depravados (vs. 5).

        Eventos do Dilúvio Segundo a Bíblia.

       a. Noé, quando tinha seiscentos anos de idade, tendo sido informado pelo Senhor sobre a iminente destruição, construiu a arca, entrou nela, e assim preservou a vida de sua família e de muitos animais. As chuvas começaram no décimo sétimo dia do segundo mês, continuando por quarenta dias. As águas do abismo irromperam. Presumimos que isso aponta para uma mudança do pólos magnéticos da terra, embora isso não tenha sido reconhecido pelo autor sagrado (Gn 7.1-9,10-17).

       b. As chuvas cessaram, mas as águas persistiram, e, até onde Noé era capaz de ver ao seu redor, só havia água. Naturalmente, isso teria sido tomado como um dilúvio universal (Gn 7.8-24).

       c. A arca acabou pousando sobre o monte Ararate, no décimo sétimo dia do sétimo mês (Gn 8.1-4).

       d. Os picos das montanhas tornaram-se visíveis no primeiro dia do sétimo mês ( 8.5).

       e. Um corvo e uma pomba foram soltos, a fim de investigarem a situação nas proximidades da arca (Gn 8.6-9).

       f. A pomba foi enviada novamente sete dias mais tarde, e retornou com um raminho de oliveira no bico, mostrando que as águas estavam diminuindo de nível (Gn 8.10,11).

       g. A pomba foi enviada pela terceira vez, mas dessa vez não voltou, o que mostrou que agora era seguro os homens abandonarem a arca (Gn 8.12).

       h. O solo secou, sendo aquele o ano 601 da vida de Noé, o primeiro mês e o primeiro dia do mês. A cobertura da arca foi removida (Gn 8.13).

       i. Noé deixou a arca no segundo mês, no vigésimo sétimo dia (Gn 8.14-19).

    IV. Um Dilúvio Universal ou Parcial?

       1. Argumentos em Prol do Dilúvio Universal

       a. A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis refere-se a um dilúvio de dimensões universais. todos os picos dos montes foram cobertos pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os seres vivos terrestres, excetuando-se aqueles que estavam na arca (e, naturalmente, excetuando-se a vida marinha em geral).

      b. A universalidade das narrativas sobre o dilúvio mostra que o dilúvio chegou a todos os lugares.

      c. Há uma distribuição mundial dos depósitos aluvionais do dilúvio.

      d. Houve a súbita extinção dos mamutes peludos do alasca e da Sibéria, na hipótese de que eles foram mortos afogados, e não por congelamento.

      e. A diminuição das espécies animais. Poucas espécies restam agora, em comparação com o que se via na antiguidade remota. Isso supõe que Noé não abrigou na arca todas as espécies possíveis, mas apenas as representativas de cada espécie; ou então que muita dessas espécies extinguiram-se após terem sido soltas da arca.

      V. Data do Dilúvio de Noé

       A Cronologia das Genealogias. Se usarmos esses informes, chegaremos até cerca de 2.400 a.C. Mas bem poucos eruditos bíblicos apegam-se a esse método de fixação de datas, pois não aceitam uma data tão recente para o dilúvio. Utilizando-se de outros métodos, alguns estudiosos chegam a retroceder até 20.000 a.C. Mas a maioria dos estudiosos confessam que não há como estabelecer a data do dilúvio de Noé. Alguns associam o dilúvio ao fim da última glaciação, ou seja, cerca de 10.000 a.C.; mas todas essas opiniões são meras tentativas. A observação mostra que a maioria dos escritores sobre o assunto prefere uma data entre 5.000 e 15.000 a.C., embora as evidências de modo algum sejam conclusivas.

      A maioria dos escritores cristãos conservadores sugere cerca de 4.000 a.C., quase sempre com base em registros genealógicos ou evidências arqueológicas. Mas, sob exame, essas evidências não resistem à sondagem. A descoberta de camadas de argila (com supostas focas de antes e de depois do dilúvio, encontradas em Fará e Ur) provavelmente nada representa senão inundações locais dos rios da área, o Tigre e o Eufrates. Afinal, não é preciso nenhuma imensa inundação para depositar uma camada de argila com alguns metros de espessura.

    VI. A Próxima Mudança dos Pólos-Um Desastre Mundial.

       A Bíblia prediz uma ocasião futura de desastres sem precedentes, que os estudiosos das predições bíblicas pensam não estar muito distante. Esse período é chamado de Grande Tribulação. Os místicos contemporâneos concordam que esse tempo está se aproximando rapidamente. Alguns deles associam esse novo cataclismo a uma outra mudança dos pólos. Alguns geólogos concordam que gigantescas mudanças nas emersas são possíveis. Mas, no que concerne a quando isso poderá suceder, os vários místicos sugeriam o final do século XX para o começo do século XXI. Poderíamos citar alguns deles, como Adam Barber, Emil Sepic, Edgar Cayce, Aron Abrahamsen, Paul Solomon, Ruth Montgomery, Baird Wallace, mas, antes deles todos, Nostradamus. Todas essas pessoas tiveram ou têm a reputação de fazer predições exatas. Os intérpretes da Bíblia concordam quanto a um prazo relativamente curto que resta ao mundo, antes de ter início essa próxima e grande fase de perturbações, embora quase todos eles não expressem ou não tenham consciência da teoria da mudança de pólos magnéticos, em relação a esse período atribulado. Seja como for, as implicações morais e espirituais da aproximação desse período são vitais e perturbadoras.

       Imaginemos como tal desastre poderia ocorrer.

       Lembremo-nos que isso talvez seja o clímax da Grande Tribulação: Aproxima-se a noite. Habitantes das grandes cidades do mundo precipitam-se para casa nas horas de pico do trânsito. A maioria não nota que o sol continua a brilhar acima do horizonte. Alguns poucos sentem-se apreensivos desde o começo. Passam-se várias horas e o sol não desaparece atrás do horizonte. Todos ficam alarmados. Então as pessoas começam a houvir um ruído cavo, das profundezas da terra. Em alguns lugares a terra está tremendo, embora ainda gentilmente. A força normal de gravidade diminui, e as pessoas sentem-se inseguras sobre seus pés. Os animais estão inquetos desde horas atrás, então, em massa, começam a movimentar-se na mesma direção. O firmamento fica avermelhado, e enormes nuvens de poeiras começam a tapar a luz do sol. Um vento forte e constante começam a soprar, aumentando de forma alarmante, enquanto o ruído subterrâneo torna-se ensurdecedor. Os ventos chegam a um velocidade de quase quinhentos quilômetros por hora, desraigando árvores e fazendo cidades inteiras desaparecerem em questão de segundos. A terra começa a balançar loucamente, e há imensas tempestades elétricas como os homens nunca viram. Há terremotos de proporções devastadoras por todo o orbe. Montes abrem-se pelo meio e surge vulcões cuspindo lava derretidas e fogo. Os oceanos agora irrigam territórios que antes eram terra seca. Um enorme cataclismo removeu toda uma era civilização. E os poucos homens sobreviventes começam a edificar tudo de novo. Mais e Mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      

 

                    

      

 

CRONOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO

 

     A "Cronologia Aceita"

 

     As datas que se vêem às margens de algumas Bíblias não fazem parte do texto das Escrituras. Foram calculadas pelo Arcebispo Uscher, em 1.650 d.C. A criação de Adão, ao que ele diz, data de 4004 a.C. O dilúvio, de 2.348 a.C. O nascimento de Abraão, de 1.996 a.C. O Êxodo, de 1.491 a.C. O Templo de Salomão, de 1.012 a.C. Entretanto, os dados cronológicos fornecidos pela Bíblia, são insuficientes para, com eles, se elaborar a base de um sistema exato de datas; e há divergência de opiniões entre os eruditos, especialmente quanto às datas mais remotas.

     O Período de Adão a Abraão

     Em Gn 5, os números parecem dar 1.656 anos, de Adão ao dilúvio.

Em Gn 11, dão 427 anos, do dilúvio à chamada de Abraão. Temos um total de 2.083 anos, de Adão a Abraão.

     A Septuaginta, em Gn 5, fornece números que somam 2.262 anos, de Adão ao dilúvio; e, em Gn 11, os números fazem 1.307 anos do dilúvio a Abraão; total, de Adão a Abraão, 3.569 anos. Deste modo a Septuaginta coloca a data de Adão 1.486 anos além daquela que se deduz em nossa tradução da Bíblia.

     A Data de Abraão

     Apesar de calculada de modo vário, entre 2.300 a.C. e 1.700 a.C., reconhece-se geralmente que a época de Abraão situa-se mais ou menos no ano 2.000 a.C. Teremos aí o seguinte:

     A data de Adão, cerca de 4.000 a.C.; ou, de acordo com a Septuaginta, cerca de 5.500 a.C., ou, segundo o Pentateuco Samaritano, cerca de 4.300 a.C. A data do dilúvio, cerca de 2.400 a.C.; ou, conforme a Septuaginta, cerca de 3.300 a.C., ou, segundo o Pentateuco Samaritano, cerca de 3.000 a.C.

     O Período de Abraão ao Êxodo

     645 ou 430 anos. Êx 12.40 diz "430 anos no Egito". A Septuaginta e o Samaritano acrescentam "e em Canaã". O período desde a entrada de Abraão em Canaã à partida de Jacó para o Egito foi de 215 anos, Gn 12.4; 21.5; 25.26; 47.9. Mas Gn 15.13; At 7.6 e Gl 3.17 parecem deixar dúvidas se os 215 anos estão incluídos nos 430 ou se devem ser somados a eles.

     A Data do Êxodo

     Seu cálculo depende, em parte, da interpretação que se der aos números do período precedente e do seguinte, e, em parte, de sua relação com a cronologia egípcia. As opiniões parecem estar agora razoavelmente divididas entre 1.450 a.C. e 1.230 a.C. mais ou menos.

     Do Êxodo ao Templo de Salomão

     Em I Rs 6.1 se declara que o 4º ano de Salomão correspondia ao 480º da saída de Israel do Egito. Aceitando-se 1.450 a.C. como data provavelmente aproximada do Êxodo, e 968 a.C. como data provavelmente aproximada do 4º ano do reinado de Salomão, têm-se 480 anos entre um fato e outro. Todavia, os números do livro de Juízes, relativos aos períodos alternados de opressões e livramentos, parecem perfazer um total de 319 anos, ou ainda menos, reconhecendo que muitos dos acontecimentos tinham a mesma data. Somando-se isto aos 40 anos de peregrinação no deserto, ao número incerto de anos da liderança de Josué, aos do juizado de Eli e Samuel, aos 40 anos do reinado de Saul e a outros tantos do reinado de Davi, tem-se um total aproximado de uns 500 anos, alguns dos quais devem ter coincidido, em parte, com outros.

    

    

    

 

PRÉ-DILUVIANOS E/OU ANTEDILUVIANOS

 

     Esse etrmo refere-se às pessoas  que viveram antes do dilúvio de Noé. Biblicamente falando, o período é coberto de Gn 1.1 (criação) a Gn 7. (que historia o dilúvio).