Escatologia

AS ÚLTIMAS COISAS

 

INTRODUÇÃO

 

O que a Bíblia diz a respeito dos últimos eventos da vida e da história não é mera reflexão. O Gênesis demonstra que Deus tudo criou de conformidade com um plano que incluía sequência, equilíbrio, correspondência e clímax. Tais coisas não acontecem por acaso. Depois de Adão e Eva haverem pecado, Deus lhes fez a promessa de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15; cf Ap 12.9). A partir daí, a Bíblia desdobra paulatinamente um plano de redenção com promessas feitas a Abraão (Gn 12.3), a Daví (2 Sm 7.11,16) e aos profetas do Antigo Testamento. Promessas estas que prevêem a vinda de Jesus e seu triunfo final. O Evangelho garante-nos ainda "que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6). Isto é: a Bíblia inteira focaliza o futuro. Um futuro assegurado pela própria natureza de Deus.

A ESPERANÇA DO CRENTE

Deus é revelado na Bíblia como o Deus da esperança que nos outorga paz e alegria à medida que confiarmos nEle (Rm 15.13). A garantia da esperança do crente é dupla: o amor de Deus que enviou Jesus para morrer em nosso lugar (Rm 5.5-10) e os atos poderosos do Espírito Santo que nos levam a "abundar em esperança pela virtude do Espírito Santo" (Rm 15.13). Essa esperança nunca nos decepcionará, nem nos envergonhará por termos confiado nela, porque ela é mantida viva e demonstrada como verdadeira pelo amor de Deus que o Espírito Santo derramou em nosso coração (Rm 5.5).

Muitas religiões têm um conceito cíclico da história, como se tudo se repetisse, não oferecendo nenhum alvo futuro. Mas a Bíblia rejeita, como falsa, todas essas expectativas, pois vazias, sem sentido, degradantes, vilificantes. Os crentes têm uma melhor esperança, em e através de Cristo, que é pessoalmente a nossa esperança (Cl 1.27; 1 Tm 1.1; Hb 6.18; 10.23).

OS PROFETAS

Os profetas do Antigo Testamento anteviam os últimos dias sem indicarem quando exatamente ocorreriam. Seu propósito não era satisfazer a curiosidade das pessoas, mas focalizar o propósito de Deus e usar as profecias como incentivos para obedecer à vontade de Deus no tempo presente. Isaías, por exemplo, contava a respeito de "um tempo em que o monte da casa de Deus seria exaltado" (Is 1.1,2; Is 2.5). Sofonia também usou o julgamento futuro para incentivar as atitudes certas no presente (Sf 2.3).

De modo semelhante, o Novo Testamento emprega a esperança da Segunda Vinda de Cristo como motivação (1 Jo 3.2,3). Como os discípulos imaginassem que o Reino futuro apareceria imediatamente, Jesus esclareceu-lhes que haveria alguma demora. Por isso, teriam de estar em estado de prontidão para o momento da sua vinda.

Numa parábola, Jesus se comparou a um homem nobre que partiu para uma terra remota a fim de ser nomeado rei, e então voltar (Lc 19.11.27). Posteriormente, os discípulos entenderam que Jesus queria dizer que Ele tinha de subir ao céu, e ser entronizado aí antes de poder voltar como rei. Mas não disse exatamente quanto tempo estaria ausente; somente o Pai sabe o tempo de sua volta (Mt 24.30,36; Mc 13.32,33). É melhor não sabermos a data da Segunda Vinda de Cristo. Deus quer que realizemos a sua obra. Embora Jesus tenha dado outra indicação de que seria muito tempo depois (Mt 25.19), enfatizou repetidas vezes que a sua vinda seria tão repentina quanto inesperada. Os crentes fiéis não serão apanhados de surpresa, porque estarão trabalhando enquanto esperam a vinda do Senhor (Lc 12.35-38).

OS SINAIS DO TEMPO DO FIM

Independente dos sinais de Mateus serem ou não indicadores do arrebatamento, temos outros sinais nas Escrituras que apontam para o tempo do fim, muito mais que identificar a proximidade da volta de Jesus, revelam aspecto sociais, morais e religiosos que aconteceriam justamente no tempo em que o Senhor voltaria. Buscaremos nas epístolas referências de como estaria a igreja e mundo no tempo de sua manifestação. É certo que estes sinais não estão apenas no tempo do fim, mas sim por todo o decorrer da história da igreja, o que os escritores queriam deixar claro é que no fim dos tempos estes sinais se tornariam evidentes e corriqueiros.

APOSTASIA

"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé" (I Tm 4.1,2).

O Apóstolo Paulo é enfático ao dizer isto, pois o fato é que o início do cristianismo foi marcado por alguns movimentos locais que traziam variações ao cristianismo recém inaugurado. As comunidades cristãs que se formavam eram lideradas muitas vezes por pessoas que tinham um conhecimento muito limitado a respeito de Cristo, não havia a palavra escrita, portanto muito do que se dizia não era bem verdade. No entanto, o que Paulo queria dizer a Timóteo é referente aos últimos tempos, é claro que Timóteo não necessitava desta advertência, isto porque ela era para o tempo do fim, ou melhor, para a igreja que viveria esta época.

Esse grande mal que assola o meio cristão tem se desenvolvido rapidamente. A igreja de Laodicéia (Ap 3.14.22) que é uma representação da igreja atual, traz consigo a evidente marca da apostasia espiritual, "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosse frio ou quente!".

DESVIOS DOUTRINÁRIOS

"Por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que tem cauterizado a própria consciência" 1 Tm 4.1,2).

Paulo dá o motivo da apostasia: os desvios doutrinários. Hoje o estado de frieza e indiferentismo toma conta das igrejas que se tornam a cada dia mais politizadas e menos espirituais, mais humanista e menos cristocêntricas. O uso de filosofias e práticas espíritas, a criação de doutrinas que giram em torno da prosperidade plena, ensinos sobre a obrigatoriedade de Deus abençoar seus servos etc, formam o novo quadro teológico de muitas igrejas, a verddade é que virou um bom negócio. Todo esse desvio doutrinário vem criando uma geração de cristãos puramente místicos, avessos à sã doutrina.

Nunca a igreja de Jesus Cristo esteve numa situação como a atual, onde se perdeu o padrão bíblico para o cristão, isto se torna uma evidência marcante, pois o Apóstolo diz que nos últimos tempos a igreja estaria como está hoje.

DEGRADAÇÃO MORAL GENERALIZADA

"Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (2 Tm 3.1-4).

Este texto da epístola a Timóteo tem uma relação muito estreita com Rm 1.28-32 como se ver: "E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobediente ao pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia", onde o contexto fala da condição pecaminosa em que se encontra a humanidade.

DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA

Temos também em Daniel, um indicador muito importante sobre o tempo do fim. "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras, e sela o livro, até o tempo do fim; muitos correrão duma para outra parte, e a ciência se multiplicará" (Dn 12.4).

O tempo do fim também seria marcado por um avanço tecnológico sem precedentes, este seria também estendido aos meios de transportes. Deus revela a Daniel que as pessoas esquadrinhariam a terra, ou seja, iriam de uma parte à outra, também lhe é dito sobre uma multiplicação da ciência, tudo isto temos visto desde o início do século XX, pois antes disso não havia muita diferênça do meio de transporte no século primeiro ao utilizado no século XIV; as pessoas andavam em carros de boi, as engrenagens dos maquinários eram extremamente rudimentares, não havia equipamentos eletrônico e etc.

Em nossos dias a ciência já procura criar clones de humanos, e há aqueles que dizem que já conseguiram fazê-lo nascer. O fato é que tudo vem indicando que o tempo do fim mencionado por Deus a Daniel tem todas as características de nosso tempo.

Quanto à profecia em Apocalípse (13.18) sobre o uso de um número (666) para uma identificação mundial já é totalmente possível. Temos meios que possibilitam hoje sua existência, como por exemplo, o sistema de código de barras, aliás, este já está sendo descartado, pois já está sendo produzido o biochip, que pode conter quantas informações forem necessárias sobre seus usuários. - incompleto...

 

 

O ARREBATAMENTO

 

INTRODUÇÃO

 

O arrebatamento da Igreja compreende a primeira fase da segunda vinda do Senhor Jesus Cristo. Como um acontecimento profético histórico o arrebatamento tem como centro de atenção a Igreja triunfante que velando aguarda o Salvador. A discussão e estudo da doutrina do arrebatamento ou rapto da Igreja, nos conduz, ineviatvelmente à consideração dos seguintes eventos a ele pertinente:

1.1 - A ressurreição dos mortos em Cristo

O arrebatamento da Igreja será precedido eplo soar, no céu, do brado de Jesus, a voz do arcanjo de Deus. Será o suave soar dessa orquestra celeste que propiciará a ressurreição dos mortos em Cristo. Quanto a isto escreveu o Apóstolo Paulo: "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele...Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com a voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.14,16).

Dessa ressurreição farão parte todos os crentes, desde Abel, até o último a morrer antes do arrebatamento. Uma vez que todos quantos dormem em Cristo, estão no Paraíso, é de se compreender que as suas almas desencarnadas, por ordem expressa de Jesus, descerão aos seus sepulcros onde os seus corpos jazem desintegrados em pó, daí ressurgindo um corpo glorioso e glorificado. É o que é corruptível se revestindo da incorruptibilidade (1 Co 15.54).

Quanto aqueles que morreram no seu pecado, sem o conhecimento do Cristo prometido ou manifesto, não reviverão senão no final do governo milenial de Jesus Cristo para comparecerem perante o Grande Trono do Juízo Final (Ap 20.5).

1.2 - A Transformação do Santos Vivos

Diz o Apóstolo Paulo: "Eis que vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta...nós seremos transformados. porque convém que isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal, se revista da imortalidade" (1 Co 15.51-53). Prossegue o Apóstolo Paulo dizendo: "Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor não precederemos os que dormem...nós, os ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles (os santos ressuscitados) nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor (1 Ts 4.15-17).

Conclui-se, pois, à luz das Escrituras que:

a. Existirão crentes vivos na terra por ocasião do arrebatamento da Igreja.

b. Os santos vivos que aguardam a Cristo serão trasnformados à semelhança do corpo de Cristo, repentinamente, num abrir e fechar de olhos, no momento do arrebatamento.

c. Os santos vivos transformados, juntamente com os santos ressuscitados, formarão uma mesma grei e se encontrarão com Jesus nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. - VOCÊ CRER? "Bem aventurados aos que crêem"

A RAPIDEZ DESSE EVENTO

Paulo diz: "Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptível, e nós seremos trasnformados" (1 Co 15.52). Imagine isto: numa fração de segundo, todos os crentes vivos da terra serão daqui tirados. De repente, sem nenhum aviso, somente os ímpios povoando o planeta terra! Será um quadro de inimaginável horror! ... incompleto...

 

 

 

 

O TRIBUNAL DE CRISTO

 

INTRODUÇÃO

 

1. Nos dias do Antigo Testamento, os casos de disputa eram julgados usualmente em espaço aberto, geralmente em alguma praça, perto de um dos portões da cidade. Porém, Salomão construiu um átrio de julgamento, uma área do templo de Jerusalém. A partir de então, casos importante de julgamento começaram a ser associados a esse templo. Ali funcionava uma espécie de Tribunal Superior, onde eram ouvidos os casos mais graves. Sabemos que no egito e na Mesopotâmia havia tribunais especiais ou salas de audiência. Mas, com frequência, o mercado do fórum era o lugar onde funcionava o tribunal. Após o êxodo, Moisés recebeu o poder de julgar. Mas também nomeou ajudantes (Ex 18.17-26). Esses chefiavam esquadrões de dez soldados; ou então eram capitães ou dirigentes de unidades ainda maiores. Moisés reservou para si mesmo os casos mais difíceis e importantes.

1.1 - Ressuscitados os mortos em Cristo e transformados os santos vivos, formarão um só corpo, e após se encontrarem com Cristo nos ares, esse corpo uno e indivisível, dará entrada no tribunal de Cristo, no céu. Quanto a isto diz as Escrituras: "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal" (2 Co 5.10). O julgamento a ter lugar no Tribunal de Cristo não terá o mérito de determinar quem será e quem não será salvo. Não. Só os salvos comparecerão ali. Se antes, nenhuma condenação havia para os que estão em Cristo Jesus, tampouco ali será lugar de condenação. Como pecador, o crente já foi julgado em Cristo na cruz e absolvido pela graça e misericórdia de Deus. Como filho, foi julgado durante a sua peregrinação aqui na terra. Perante o Tribunal de Cristo o crente será julgado como servo para aquisição de galardão. Jesus explicou isto na parábola dos trabalhadores da vinha, quando disse: "E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até aos primeiros" (Mt 20.8).

1.2 - Diante do Tribunal de Cristo serão manifestas não só as nossas obras, mas também a fonte de suas motivações. Quanto a isto devemos atentar para o que a Bíblia diz: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como que pelo fogo" (1 Co 3.11-15).

AS BODAS DO CORDEIRO

Findo o julgamento do Tribunal de Cristo, a Igreja fiel será chamada a ter acesso à sala do banquete da festa das Bodas do Cordeiro. Cristo e a Igreja se tornarão o centro das atenções de todos os seres celestiais. A cerimônia de casamento do príncipe herdeiro do trono da Inglaterra, mostrado pela TV para todo o mundo, tem o seu brilho eclipsado diante da glória e esplendor da cerimônia de casamento do Cordeiro (Cristo) e a sua Noiva (a Igreja) naquele dia memorável. Cumprir-se-á, finalmente o anseio de Jesus, expresso na sua oração sacerdotal: "Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me hás amado antes da fundação do mundo" (Jo 17.24).

Durante as Bodas do Cordeiro, a Igreja será vista no seu aspécto universal. ali estarão juntos todos os santos do Antigo e Novo Testamento. Todos so crentes do Oriente e do Ocidente tomarão assento à sua mesa (Mt 8.18). O que é mais importante, Cristo mesmo servirá a grande Ceia conforme a promessa predita no livro de Mateus 26. 26-29, numa eterna demonstração de amor e serviço àqueles que na terra foram comprados pelo seu sangue e poder eterno.

 

 

A GRANDE TRIBULAÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Depois de Jesus ter declarado que o evangelho do Reino, o evangelho do poder e do domínio de Deus, precisa ser pregado a todas as nações antes da consumação desta era Mt 24.14, ele passou a falar da "abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, quem ler entenda" (Mt 24.15-22). O cumprimento inicial dessa profecia ocorreu em dezembro de 167 a.C., quando Antíoco Epifânio colocou um símbolo cultual pagão no altar dos holocaustos, e dedicou o templo de Jerusalém ao deus grego, Zeus. Mas tanto Daniel quanto Jesus viram um cumprimento mais importante. Daniel 12.1 dá um pulo para a frente, para o tempo da Grande Tribulação, e a identifica como "um tempode angústia, a qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo". Jesus também identificou aquele tempo como a "grande aflição" (Mt 24.21). No mundo presente, muitos crentes já estão sofrendo aflição, mas a Grande Tribulação será marcada pela ira de Deus mais do que qualquer coisa que o mundo já tem conhecido, conforme indica Apocalípse nos capítulos 6-18. Naquele período, também surgirá um ditador mundial, o Anticristo.

O ANTICRISTO

O Apóstolo Paulo tinha de lidar com falsos mestres que diziam que o dia do Senhor já tinha chegado (2 Ts 2.2). Os tessalonicenses tornaram-se inquietos e alarmados porque esses mestres, segundo parece, negavam a volta literal de Cristo e "nossa reunião com ele" no arrebatamento (2.1). Obviamente, já não se encorajavam uns aos outros da maneira que Paulo lhes ordenara (1 Ts 4.18; 5.11). Por, isso Paulo explicou que aquele dia não viria "sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição" (2 Ts 2.3). Isto é: essa apostasia e a revelação do Anticristo seriam as primeiras coisas a acontecerem no Dia do Senhor. Assim não aconteceria enquanto "o mistério da injustiça" estivesse refreado (2 Ts 2.7).

Posto que tais coisas ainda não tinham acontecido, o Dia do Senhor ainda não era chegado, e ainda podiam eles encorajar-se uns aos outros com a esperança certa de serem arrebatados para encontrar-se com o Senhor nos ares. O nome Anticristo provém das epístolas de João, onde João dá a entender que este personagem virá futuramente. Os leitores, porém, precisavam tomar cuidado com os muitos anticristos (que falsamente alegavam ser "ungidos") e também com o espírito do anticristo que já operava (1 Jo 2.18,19,22; 4.2; 2 Jo 7). Por outro lado, o Anticristo final já está condenado à destruição, e seu tempo será comparativamente curto.

Como o Anticristo "se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora", podemos entender que "anti" significa "contra". Apesar disso, a palavra grega anti significa mais frequentemente "em lugar de", e o Anticristo "se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (2 Ts 2.4). Ele será o maior e ulterior de todos os cristos falsificados, e provavelmente alegará ser o Cristo verdadeiro, bem como o verdadeiro Deus ( CF. Mt 24.4,23,24).

Sua vinda será "segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem" (2 Ts 2.9,10). Essa descrição encaixa-se com a do ditador mundial que fará a aliança com Israel e depois a violará (Dn 9.27), bem como a da besta, do governante mundial blasfemo, que é fortalecido e habitado por Satanás, e cujo falso profeta realiza falsos milagres (Ap 13.1-17). Já no meio da Grande Tribulação, ele exigirá que cada um receba uma marca na mão direita, ou na testa, marca esta que é "o nome da besta, ou o número do seu nome".

Esse número é identificado como 666, número este que tem dado origem a muitos tipos de especulação, mas "é número de homem [de um ser humano]", de modo que, dalguma maneira, é identificado com o fato de que o Anticristo alega ser Deus mas é realmente mero homem. E depois, no fim da Grande Tribulação, comandará os exércitos de muitas nações arregimantadas por Satanás, em Armagedom. É então que Jesus o "desfará pelo assopro da sua boca e o aniquilará pelo o esplendor da sua vinda" (2 Ts 2.8). Esse acontecimento é retratado poderosamente em Dn 2.34,35,44,45 e Ap 19.11-21. Seu destino final será "no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20).

 

 

 

 

O MILÊNIO

 

INTRODUÇÃO

 

Esse termo vem do latim, millenárius, ou mil anos. Mas examinaremos o que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos ensinam sobre essa questão:

Os profetas predisseram que a era áurea de Israel viria após o cativeiro babilônico. Quando isso não ocorreu imediatamente, os intérpretes passaram a pensar que o retorno da babilônia era apenas típico e profético da restauração final de Israel, em uma verdadeira Era Áurea, no futuro distante.

Em Apocalípse 20.1-3,7-10 tratam da condenação de Satanás. Ficará preso no abismo durante mil anos. O abismo permanecerá trancado e lacrado acima dele, de modo que não terá nenhuma atividade na terra durante aquele período. Depois, será solto por um pouco de tempo, antes de seu castigo eterno no lago de fogo. Entre esses dois eventos, a Bíblia fala em Apocalípse 20.4-6 daqueles que são sacerdotes de Deus e de Cristo, e que reinam com Ele durante mil anos. Durante esse reino, haverá o cumprimento de muitas profecias.

Apocalípse 20.4 trata de dois grupos de pessoas: O primeiro assentava-se em tronos para julgar (isto é "governar", conforme essa palavra frequentemente significa no Antigo Testamento). A mensagem de todas as igrejas (Ap 3.21,22) indica que são os crentes provenientes da era da Igreja que permanecem fiéis, sendo vencedores (Ap 2.26,27; 3.21; 1 Jo 5.4). Entre eles, conforme a promessa de Jesus, estão os doze apóstolos julgando (governando) as doze tribos de Israel (Lc 22.30). Isso porque Israel, restaurado, purificado, com a plenitude do Espírito Santo de Deus, ocupará sem dúvida a totalidade da terra prometida a Abraão (Gn 15.18).

O segundo, João viu as almas das pessoas que teriam sido martirizadas durante a Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 12.15). esses dois grupos ficam juntos para reinarem com Cristo durante os mil anos. Será um período de paz e de bênçãos, durante o qual prevalecerá a justiça (Is 2.2-4; Mq 4.3-5; Zc 9.10). O mundo animal será transformado (Is 11.6-8; 35.25; Ez 34.25). Mesmo assim, ainda haverá motivo para o castigo e a morte (Is 65.17-25).

Apocalípse 20.5 faz uma declaração clara (em parênteses) a respeito dos "outros mortos". Estes incluem todos aqueles que não estão nos dois grupos mencionados no v. 4. Trata-se de todos aqueles que morreram nos seus pecados sem terem recebido a graça salvífica de Deus. Não serão ressuscitados senão depois do reino milenar de Cristo. Jesus falou de duas ressurreições (Jo 5.29): a primeira é da vida, para os que fizeram o bem que Deus determinou ao aceitarem a Cristo e viverem para Ele; a segunda, a do juízo para os que praticaram o mal por causa da sua incredulidade.

Alguns entendem que Mateus 25.31-46, onde se fala sobre separação dos justos e injustos "uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas" (v. 32), é um julgamento especial das nações no início do milênio. A palavra "nações" significa povos, e não estados nacionais.

O ESTADO FINAL DOS ÍMPIOS

A Bíblia descreve o destino final dos ímpios como algo terrível e que vai além de toda a imaginação. São as "trevas exteriores", onde haverá choro e ranger de dentes por causa da frustação e do remorso ocasionados pela ira de Deus (Mt 22.13; 25.30; Rm 2.8,9. Jd 13). É uma "fornalha de fogo" (Mt 13.42,50), onde o fogo pela sua natureza é inextinguível (Mc 9.43; Jd 7). Causa perda eterna, ou destruição perpétua (2 Ts 1.9), e "a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre" (Ap 14.11; cf 20.10). Ali, as chamas de enxofre demonstram quão desagradável o fogo será. As trevas também indicam que os ímpios estarão excluídos da luz de Deus. A fé, esperança e amor que sempre permanecem para nós (1 Co 13.13) faltarão eternamente naquele ambiente.

Depois do juízo final, a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (Ap 20.14), pois este, que fica fora dos novos céus e da nova terra (cf Ap 22.15), será o único lugar onde a morte existirá. É então que a vitória de Cristo sobre a morte, como o salário do pecado, será final e plenamente consumada (1 Co 15.26). Mas nos novos céus e terra não haverá mais morte (Ap 20.14).

O ESTADO FINAL DOS JUSTOS

Abraão estava disposto a habitar na Terra Prometida como forasteiro, porque "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb 11.9,10); Gl 4.26; Hb 11.16). Essa cidade, o lar eterno dos redimidos e a habitação de Deus, é a Nova Jerusalém que João viu, numa visão, descendo do céu para a nova terra. A morada e o trono de Deus estarão com o seu povo na terra (Ap 21.3,2,22; 22.3). A cidade não terá templo, "porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo poderoso, e o Cordeiro" (Ap 21.22). Mais importante de tudo, João viu que "tinha a glória de Deus" (Ap 21.11). Embora seja uma cidade literal, sua glória ultrapassará em muito a linguagem que João emprega para descrevê-la. OH! GLÓRIA!

 




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